Clubes devem exigir patrocínios na TV

O atual contrato referente aos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro só vence no fim do próximo ano, mas o Clube dos 13 já articula possíveis mudanças na proposta do contrato que deve ser disputado por Globo e Record. Uma das principais mudanças deve agradar aos clubes e, principalmente, os seus parceiros. O C13 pretende obrigar a compradora dos direitos a exibir as marcas dos patrocinadores estampadas, por exemplo, em backdrops usados em entrevistas de atletas. ?Nosso objetivo, evidentemente, é incluir essa cláusula, desde que o parceiro do clube não tenha incompatibilidade com o do comprador da competição. Deve ser uma cláusula de obrigação de exibição, até porque quando ingressarmos no mercado internacional vamos ter patrocinadores multinacionais em todo o mundo, valorizando o produto e possibilitando um crescimento no valor pago?, revela Fábio Koff, presidente do Clube dos 13. Essa novidade vai contra o padrão adotado pela Globo, atual detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Durante as entrevistas coletivas, a emissora opta por fechar a sua imagem no rosto do entrevistado, evitando exibir quaisquer marcas de patrocinadores. Mesmo com a intenção do Clube dos 13 em dar mais visibilidade aos patrocinadores dos clubes, o diretor da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, ainda diz que esse ponto precisa ser mais discutido. ?As negociações ainda não começaram, pois o nosso contrato vai até o fim do ano. Então muita coisa ainda pode acontecer?, afirma Campos Pinto à Máquina do Esporte. Outra mudança idealizada pelo Clube dos 13 é a venda individual dos direitos. Dessa forma, cada plataforma, como TV aberta, TV fechada, internet e telefonia móvel, poderá ser adquirida por empresas diferentes. ?Eu pretendo influir no sentido de que façamos as vendas por janelas e não se ofereça mais o produto como um todo?, diz Koff. Quem pode aproveitar esse novo sistema de vendas é a Record. Essa, inclusive, era uma das reivindicações da emissora, que fez uma proposta informal de R$ 500 milhões anuais ao C13, mas tem interesse apenas nos direitos para TV aberta. A Globo paga atualmente R$ 300 milhões por todo o produto. ?O mercado, por causa de nossa postura, se modificou a ponto de atender a outras necessidades que o modelo anterior não podia atender. Caso se confirme [a mudança no sistema de venda dos direitos de transmissão], dependendo da forma, ela poderá favorecer o futebol brasileiro?, analisa Eduardo Zebini, diretor de esportes da Record.

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