O Comitê Olímpico Brasileiro bem que tentou, mas não conseguiu frustrar a animação dos clubes com o lançamento do Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (Confao), que aconteceu nesta terça-feira, na sede do Pinheiros. Horas depois de ver a principal entidade esportiva do país emitir um comunicado oficial discordando da posição das agremiações, que pedem participação na divisão dos recursos da lei Agnelo/Piva, o Ministério do Esporte manifestou oficialmente seu apoio às mesmas associações. ?É a primeira vez que os clubes brasileiros se unem desta forma. O discurso do COB é de que quem forma atleta é a escola, e isso não é verdade. Nós temos direito de receber uma parte dessa verba, porque nós somos uma parte fundamental no projeto?, disse Sérgio Bruno Zech Coelho, presidente do Minas Tênis Clube e do Confao. ?O ministro Orlando Silva Jr. não pôde vir, mas eu fiz questão de aparecer para demonstrar o apoio do Ministério do Esporte à iniciativa. As justificativas são justas, e nós queremos passar uma mensagem de reconhecimento aos clubes, que são o principal patrimônio esportivo do Brasil?, disse Alcino Rocha, presidente da comissão da Lei do Incentivo ao Esporte. Na última segunda-feira, o COB manifestou seu repúdio à união de Pinheiros, Minas Tênis, Sogipa, Grêmio Náutico União, Fluminense, Vasco, Flamengo e Corinthians. Em nota oficial, a entidade alegou que os clubes já se beneficiam das verbas da lei Agnelo/Piva com o financiamento das seleções e participações em competições internacionais, entre outros pontos, sempre com investimentos repassados às confederações. Os dirigentes presentes no lançamento da Confao preferiram não polemizar sobre a carta do COB, alegando não terem tido acesso ao documento. No entanto, as críticas sobre o uso da verba, que chegou a R$ 288 milhões somente no último ciclo olímpico, foram constantes durante a apresentação. ?Precisamos abrir essas contas porque as pessoas falam em cerca de 50% dos gastos apenas na parte administrativa do COB. Se for isso mesmo, é um absurdo?, disse Márcio Braga, presidente do Flamengo. O valor, no entanto, é público. No fim do ano passado, Carlos Arthur Nuzman, presidente da entidade, apresentou a aplicação dos recursos em detalhes durante audiências na C”mara dos Deputados e no Senado. Segundo o documento, 41,5% (R$ 138,1 milhões) do total de R$ 332,3 milhões é aplicado no próprio COB. Ciente dos números, Alcino Rocha preferiu manter a neutralidade. ?O Ministério não tem nenhuma opinião formada sobre o assunto. O que é possível dizer é que nós entendemos a solicitação dos clubes. Agora, vamos esperar a proposta deles para a gente ver o que pode fazer?, disse o dirigente.
Clubes lançam Confao com apoio do ME
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