Confao repele Legislativo e aposta em ME

O anúncio da criação do Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (Confao) parece ter animado deputados e dirigentes em torno do pedido de participação das agremiações na distribuição da verba da lei Agnelo/Piva. A aposta principal do novo órgão, no entanto, continua sendo a força política do Ministério do Esporte, que abrigará a primeira reunião sobre o assunto nesta quinta-feira, com a presença de Orlando Silva Jr. Desde o lançamento do Confao, realizado há uma semana no clube Pinheiros, o clubes ouvem da pasta que um decreto do presidente Lula pode resolver o assunto. Se o Governo Federal entender que o projeto dos clubes, que deve pedir 30% da verba proveniente da arrecadação das loterias, é justo, o Comitê Olímpico Brasileiro perderá grande parte do bolo. ?Esse é o nosso entendimento. Eu já fui procurado por várias pessoas, mas parece que temos um canal aberto com o Ministério do Esporte, e, sendo assim, não temos porque recorrer a outras esferas, que seriam mais demoradas?, disse Sérgio Bruno Zech Coelho, presidente do Confao e do Minas Tênis Clube, que estará presente no encontro. Um dos setores que mais demonstrou interesse no pedido do órgão foi o Poder Legislativo, que já começou, inclusive, a tomar providências a respeito. Na última sexta-feira, o deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ) entrou com um projeto de lei que sugere a alteração do parágrafo 1º do artigo 56, da Lei 9.615 de 1998 (Lei Pelé). ?Eu acho que é justo que os clubes participem do financiamento público que o Estado oferece à formação de atletas. E me baseio em circunst”ncias históricas para isso?, disse o parlamentar, em entrevista à Máquina do Esporte. Leite concorda que a ação do Ministério do Esporte pode ser suficiente para resolver o problema, desde que o COB concorde com a nova distribuição. Segundo o deputado do PSDB, a recusa da entidade-mor do esporte pode fazer com que a discussão chegue, obrigatoriamente, ao Executivo, o que demandaria mais tempo. ?É uma questão de articulação política, mas a lei é clara e estabelece uma divisão. Se quem vai receber aceita repassar para uma finalidade, não vejo impedimento legal. Agora, eu já entrei com o projeto de lei. Se o decreto resolver é ótimo, mas isso não impede que ele prossiga e eleve a nova regra a uma posição superior?, disse Leite. Além de deputados e senadores, outros dirigentes relevantes do cenário esportivo também resolveram participar do debate. Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, por exemplo, estaria fazendo alianças nos bastidores para que os clubes de futebol recebessem uma parte do bolo. ?Eu fiquei sabendo que ele falou sobre o assunto. Nós queremos a força do máximo de pessoas possível. A gente não tem ligação nenhuma com a CBF, mas se eles não forem interferir, o apoio é sempre bem-vindo?, disse Coelho.

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