A proximidade da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, movimenta grande parte dos clubes e capitais do país na disputa para saber quem vai sediar o evento. Praticamente garantida no Mundial, a cidade de Porto Alegre vê uma espécie de revolução em seus dois principais clubes, que estão de olho na ?vaga?. No ano passado, o Inter conseguiu uma importante vantagem ao ser vistoriado pela comissão da Fifa, que veio ao Brasil e apontou o Beira-Rio como favorito para sede na capital do Rio Grande do Sul. Com um projeto de construção de arena em discussão, o Grêmio não quis ficar atrás. Viu o seu Conselho aprovar, no começo do ano, a idéia de aposentar o Olímpico quando o novo estádio ficar pronto. A partir daí, elaborou uma carta convite para a iniciativa privada. O consórcio liderado pela empreiteira OAS venceu a concorrência e vai ser responsável pela obra que prevê movimentação de R$ 1 bilhão (R$ 270 mi só no estádio). Como contrapartida, recebe o Olímpico no fim do processo e o direito de exploração da nova arena por 20 anos. O projeto prevê um espaço de 40 hectares no bairro do Humaitá ligado a shopping centers, hotéis e estacionamentos que deve movimentar a briga. O Internacional garante que vence mesmo com a conclusão da nova arena. ?A Fifa já disse que a gente vai ser sede da Copa. A gente sabe do projeto do Grêmio, só que quando ela esteve aqui não viu nada. Estou falando como um engenheiro da área. Mesmo que a arena do Grêmio fique concluída o Beira-Rio é que vai ser escolhido?, disse Emídio Ferreira, vice-presidente de patrimônio do Internacional, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte. ?Nosso plano não tem ligação direta com a Copa, mas é lógico que se a gente construir entra na briga. E te dou minha opinião pessoal. Eu fui nos últimos três Mundiais e na última Eurocopa, e em nenhum desses casos o melhor estádio da cidade não foi escolhido?, disse Eduardo Antonini, vice-presidente de planejamento do Grêmio. Mesmo com certeza da escolha, o Inter também trabalha por melhorias. Para o Beira-Rio em si, a grande aposta é a construção da cobertura total das arquibancadas (prevista no projeto rival), que deve ser bancada, pelo menos a maior parte dela, pelo dinheiro da venda do estádio dos Eucaliptos, antiga propriedade do clube já desativada. Engenheiros especializados já estão fazendo estudos de qualidade do solo para começar as primeiras fundações da obra, que, no entanto, depende da Prefeitura. O Inter pleiteia um melhor índice construtivo dos Eucaliptos junto ao órgão público para poder arrecadar mais com a venda. Segundo Ferreira, a lentidão está ligada ao processo de eleições municipais. Mesmo assim, o dirigente acredita que o negócio será fechado em leilão público dentro de dois meses. Sendo assim, as obras começariam em novembro. E o Inter também olha para as cercanias do Beira-Rio. O clube quer ter duas torres ao lado do estádio, uma com um hotel e outra com um centro de medicina esportiva, além de uma marina. ?Nós queremos reurbanizar uma área da região. Em agosto do ano passado pedimos diretrizes para a Prefeitura. Já fizemos uma primeira consulta e virão novas diretrizes. Temos de acatar algumas coisas relacionadas ao meio-ambiente, mas entre o fim desse ano e o início do próximo vamos buscar investidores?, concluiu Ferreira.
Copa-14 ‘muda’ estádios de Porto Alegre
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