Na abertura do 3º ABA Esportes, que acontece até esta terça-feira no hotel Sheraton, no Rio de Janeiro, os dois maiores eventos esportivos do mundo foram os principais temas. Com a Copa do Mundo de 2014 confirmada no Brasil e o Rio de Janeiro na disputa final pelos Jogos Olímpicos de 2016, representantes das entidades que organizam o evento e Bernard Rajzman, membro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), mostraram otimismo, e projetaram um esporte vitorioso para a próxima década. Chamado em cima da hora para moderar o debate, em virtude das ausências de Ricardo Fort, diretor de marketing da Coca-Cola, e Orlando Silva Jr., ministro do Esporte, José Carlos Brunoro, presidente da Brunoro Sport Business, assinalou os pontos de possível crescimento com a organização deste tipo de evento. ?Atualmente, o primeiro foco de uma cidade que faz as Olimpíadas é o marketing institucional, como a China fez. Além disso, os Jogos geram uma receita alternativa altamente importante. Aumentam a abertura do patrocínio a modalidades não consagradas, porque nem todas as empresas conseguem entrar nos esportes mais caros?, disse o especialista. Mais que a própria infra-estrutura do país, a preocupação da mesa foi com os resultados de 2016. Questionado sobre a capacidade do Brasil de surpreender em termos de conquistas de medalhas em cerca de oito anos, Bernard Rajzman falou com otimismo em um crescimento do setor. ?Com o futebol eu não me preocupa. A gente sabe que aí é diferente de todo o resto. Mas hoje nós passamos por uma evolução muito grande. O Lula abriu para que todo mundo apresentasse projetos. Acho que é uma questão de tempo para que as empresas se adaptem às novas modalidades de investimento, como a lei do Incentivo?, disse o ex-jogador de vôlei. Só que a comparação com a China, inevitável, ainda é pouco proveitosa para o país. Nenhum dos debatedores (também estavam presentes Rafael Sampaio, vice-presidente executivo da ABA e Ricardo Bastos, presidente nacional da entidade) acredita que o Brasil possa superar os Estados Unidos, como fizeram os asiáticos, mas crêem que o país pode, pelo menos, melhorar seu desempenho. ?Você pode melhorar, por exemplo, o alcance da prática esportiva no país?, disse José Carlos Brunoro. ?É difícil comparar, já que o governo dos EUA investem cerca de US$ 650 milhões e a França 450 milhões de euros. O Brasil tem apenas US$ 30 milhões, e já foi uma grande evolução?, disse Rajzman. A análise, porém, contém uma falha importante quanto ao investimento do Governo Federal no último ciclo olímpico. De acordo com levantamento da Máquina do Esporte, a lei Agnelo-Piva aportou no próprio COB, somente em 2005, seu primeiro ano, R$ 70,8 milhões, de acordo com a Caixa Econômica Federal. Outros R$ 153,6 seriam investidos pelo mesmo canal até 2007, além de patrocínios de estatais e outros projetos do Ministério do Esporte.
Copa e Rio-16 abrem 3º ABA Esportes
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