A onda de protestos a favor do Tibete fez com que o movimento contra a realização dos Jogos Olímpicos em Pequim, liderado por astros de Hollywood e ativistas de direitos humanos, ganhasse adeptos nos últimos dias. Depois de afirmar que o boicote não seria a melhor resposta contra a repressão chinesa, a União Européia (UE) já cogita a hipótese de não mandar nenhum representante à abertura do evento, marcada para o dia 8 de agosto. Os principais grupos políticos da assembléia da UE reuniram-se nesta segunda-feira para acertar um acordo suprapartidário estabelecendo a forma pela qual o bloco, composto por 27 países-membros, deveria responder às manifestações anti-governo ocorridas no mês passado naquela região do Himalaia. “Essa resolução a ser adotada pelo Parlamento manda um ultimato à China para que negocie com o Dalai Lama [líder espiritual tibetano] sob a ameaça de haver um boicote”, disse um importante membro do Parlamento – que não quis ser identificado – à ?Reuters?. “Basicamente a mensagem é esta: conversem com o Dalai Lama antes de agosto ou corram o risco de ver um estádio meio vazio e mais situações embaraçosas”, completou o representante da UE à agência de notícias. A pré-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, pediu ao presidente George Bush que boicote a abertura dos Jogos. “A esta altura e em vista dos recentes acontecimentos, acho que o presidente Bush não deva assistir à cerimônia de abertura em Pequim, na ausência de mudanças importantes do governo chinês”, acrescentou. Há duas semanas, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, também deixou claro que estuda a possibilidade de não enviar seu país ao evento que dará início às Olimpíadas chinesas. A capital francesa foi palco, nesta segunda-feira, do capítulo mais caótico envolvendo os preparativos para a competição. Logo após o início do percurso da tocha olímpica por Paris, na Torre Eiffel, a polícia foi obrigada a apagar a chama e colocá-la dentro de um ônibus, interrompendo o desfile, que estava sendo realizado a pé. Depois dos incidentes, os últimos revezamentos da tocha pelas ruas de Paris foram suspensos. Em Londres, no último final de semana, várias pessoas foram presas após manifestações semelhantes durante a passagem da chama olímpica.
Cresce movimento pró-boicote aos Jogos
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