Culto ao clube é saída contra êxodo

Uma das grandes produtoras de talentos da Europa, a Holanda tem uma realidade de vendas de jogadores muito parecida com o Brasil. Para Peter Kentie, diretor de marketing do PSV, a valorização do clube pode ser uma solução inteligente para a falta de ídolos no futebol local. ?Hoje nós, provavelmente, não temos nenhum ídolo. Nós investimos mais no clube, para que eles seja a marca principal, e não o atacante e o goleiro?, disse o dirigente, no segundo painel do 3º ABA Esportes, que acontece até a próxima terça-feira no hotel Sheraton, no Rio de Janeiro. A superação dessas limitações não indica, porém, que o clube está satisfeito com a situação. Apesar de entender que dificilmente conseguirá competir com as grandes forças do continente, o PSV briga por uma janela de transferências menor e uma pré-temporada mais amena, pedido que se adéqua à realidade brasileira. ?Nosso presidente quer que as negociações acabem no fim de julho, e não em agosto, como acontece hoje. Durante a pré-temporada, nós tiramos uma foto geral e alguns dias depois ela não serve mais, porque alguns atletas já saíram?, disse Kentie. Na conversa, a estratégia adotada pelos grandes europeus há alguns anos e copiada recentemente pelo Internacional foi colocada em xeque. Insatisfeito com um torneio amistoso na temporada passada na Rússia, que rendeu muito dinheiro mas atrapalhou a preparação técnica, Kentie crê que retiros menos tumultuados sejam mais satisfatórios. ?Nós conseguimos uma grande valor com a ida à Rússia. Mas ao mesmo tempo é muito melhor formar um time brigando com clubes locais. E tem um lado social, porque os fãs gostam de ver o time tão perto, o que não acontece sempre?, concluiu.

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