Dinamismo da F-1 ameaça o futebol

O futebol é um esporte que mantém seu tradicionalismo e regras pouco alteradas desde a data de sua fundação, ao contrário da Fórmula 1, que em busca da competitividade apresenta mudanças em seu regulamento a cada ano. De acordo com uma pesquisa da IESE Business School, da Universidade de Navarra, na Espanha, isso pode fazer com que a categoria do automobilismo roube a audiência e os patrocinadores do esporte mais popular do mundo. “Se o futebol não mudar, pode perder muita receita. A Fórmula 1 é mais din”mica e muda a cada ano”, explicou Ignagio Urrutia, professor da instituição. Atualmente, os carros atraem 15% do patrocínio mundial, contra 35% do futebol. O estudo aponta alguns amadorismos dentro do futebol, como o fato de jogadores participarem de suas seleções sem que os clubes, que pagam os salários, sejam ressarcidos dos valores investidos. Porém, o dinamismo da Fórmula 1 nem sempre é un”nime. “As pessoas querem ver mais ultrapassagem, mas para isso é melhor restringir os avanços da aerodin”mica, por exemplo, que não influenciam no mundo real, ao invés de eliminar o controle de tração, como será na próxima temporada”, afirmou Pedro de la Rosa, piloto de testes da McLaren. Para transformar a categoria ainda mais competitiva e atraente para empresas, e também para o público, de la Rosa sugere a adoção de um sistema de contratação de pilotos semelhante ao que existe atualmente na NBA, a liga americana de basquete. “As piores equipes teriam direito a contratar os melhores pilotos das categorias inferiores. Só não acho que seria ideal ter o teto salarial e sim um piso mínimo, já que todos investiram muito em sua carreira para chegar até ali”, argumentou. Outra grande diferença entre os dois esportes é a tecnologia. A Fórmula 1 é atualmente um laboratório da industria automobilística, que desenvolve nas pistas o que será usado nas ruas dentro de alguns anos. O espanhol explica que a troca constante de funcionários entre as equipes possibilita um interc”mbio de informações, o que difere da espionagem. Para Urrutia, que conduziu o estudo, o maior risco que a Fórmula 1 enfrenta é o da credibilidade. Ele entende que foi correta a decisão da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) de não punir os pilotos da McLaren no caso de espionagem à Ferrari. Pontos para o sucesso da F-1: – Mudança constante nas regras para buscar igualdade entre os pilotos; – Montadoras investindo no desenvolvimento de novas tecnologias; – Novos circuitos em países com pouca tradição no esporte; – Pilotos de diversas nacionalidades.

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