O esc”ndalo de doping que abalou o ciclismo mundial não teve grande impacto no Brasil. Quem afirma é o presidente da Confederação Paulista de Ciclismo (CPC), Marcos Mazzaron. Para o dirigente, a extensa lista de atletas pegos após o uso de subst”ncias proibidas está ligada ao grande número de exames realizados antes das competições. “É preciso traçar um paralelo. Essa história de doping só apareceu porque o ciclismo é o esporte que mais faz exames antidoping no mundo. Não existe o mesmo rigor em outras modalidades. E se houvesse, teriam outros casos”, disse Mazzaron à Máquina do Esporte. Nem mesmo o corte do ciclista Magno Nazaret, que faria parte da equipe brasileira nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, é relevante para o dirigente. O atleta foi flagrado no antidoping em abril, depois da vitória na Volta de São Paulo, quando o exame acusou a presença de metabólicos da sibutramina no sangue de Nazaret. “Não podemos marginalizar os ciclistas. Fui atleta por 18 anos e nunca me dopei. Hoje, talvez, eu poderia ser surpreendido com alguma coisa simples, que as pessoas podem dar aos seus filhos, por exemplo. Foi uma subst”ncia de menor import”ncia”, afirmou. Existe a suspeita de que a origem do doping seja um suplemento alimentar chamado CLA, proibido pelo Ministério da Saúde. A mesma subst”ncia afastou o atacante Alex Alves, do Juventude, por 120 dias. O clube gaúcho afirma que a formulação original foi adulterada pelo laboratório IntegralMédica Suplementos Alimentares. Sobre a crise comercial no ciclismo com o desdobramento da “Operación Puerto”, Mazzaron minimiza os efeitos da investigação. Para o comandante do ciclismo paulista, ainda que algumas empresas tenham deixado de patrocinar a modalidade, outras decidiram dar seu apoio ao esporte. O dirigente cita ainda os bons números de audiência da Volta da Itália, transmitida pela Rai, para atestar que o ciclismo ainda tem o apoio do público na Europa. No Brasil, por sua vez, Mazzaron destaca que a relação com os patrocinadores não foi abalada. “Que eu tenha conhecimento prático, não”, revelou o paulista, antes de afirmar que existe a possibilidade da crise repercutir no país: “Pode ser que tenha alguma repercussão negativa no Brasil, sim. E nós teremos que fazer um trabalho para recuperar isso. O doping faz muito mal para o esporte e nós vamos tentar combater esse problema”, finalizou o dirigente.
Dirigente defende a modalidade
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