“Efeito Guga” massifica tênis

Tradicionalmente um esporte de elite no Brasil, o tênis ganhou contornos mais populares na última década. O grande responsável por esse fenômeno foi Gustavo Kuerten, o Guga. Dez anos após vencer o primeiro dos três títulos do Grand Slam de Roland Garros e após ser o número 1 do mundo durante uma temporada (no ano 2000), Guga contribuiu para que a modalidade ganhasse novos públicos. Isso é o que aponta a pesquisa ?Tennis Beyond 2000?, realizada pela Federação Internacional de Tênis (ITF), em parceria com a Sports Marketing Surveys. A Máquina do Esporte teve acesso com exclusividade ao conteúdo, que pesquisou, além do Brasil, outros 22 mercados, como Rússia, China e Estados Unidos, entre outros. No Brasil, 2.037 pessoas, de oito capitais, foram entrevistadas. Dessa forma, a pesquisa aponta que, entre 2001 e 2006, quando foram feitos os levantamentos no país, o número de praticantes de tênis subiu 11%, pulando de 900 mil para 1,3 milhão. Entre o universo de entrevistados, o número de praticantes do grupo considerado de elite (profissionais liberais e empresários com casa própria) caiu 9%, mas atingindo a considerável marca de 58% dos entrevistados. Apesar do crescimento da chamada classe baixa (trabalhadores não-qualificados e desempregados), ainda permanece na terceira colocação, atrás ainda da classe média (administradores de nível júnior e trabalhadores qualificados). A predomin”ncia da elite no tênis pode ser sentida também no local em que o esporte é praticado. Entre os entrevistados, 55% dos jogadores afirmaram que utilizam quadras em clubes, contra 20% nas academias. Na China, por exemplo, 59% jogam em quadras públicas e apenas 8% nos clubes. Mesmo com o crescimento no número de praticantes no país, no quesito “grau de maturidade” de um país como mercado, o Brasil aparece apenas na antepenúltima colocação entre os 23 participantes, à frente apenas de China e Marrocos. Nesse ponto, o país foi classificado, ao lado dos dois últimos, como “mercado em desenvolvimento”, por ter atingido um nível de penetração abaixo de 1%. Na faixa intermediária, com índices que ficam entre 1% e 4%, estão os “mercados estabelecidos”, como Espanha, Alemanha, Chile e Cingapura. Já entre os “mercados maduros”, com um coeficiente que varia entre 4% a 10%, aparece a líder Austrália, seguida por Holanda, República Tcheca, Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Suécia, Canadá e França. Porém, se o Brasil não tem um bom desempenho no levantamento acerca da maturidade do mercado, o mesmo não se pode dizer a freqüência da prática do esporte. Nesse quesito, o país aparece em segundo lugar, atrás apenas de Marrocos. Porém, no quadro que leva em conta as “ocasiões de jogo” (multiplicação do número de tenistas pela freqüência de prática) o Brasil cai para sétimo lugar, com 145 milhões.

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