Flamengo ‘desaprova’ nova camisa da Nike

O imbróglio judicial entre Nike e Flamengo não impediu que a fabricante de material esportivo seguisse seu cronograma e lançasse o novo uniforme da equipe na semana passada, mesmo que às escuras. A camisa com listras rubro-negras mais finas, porém, não agradou à torcida e à diretoria, que já fala em aposentar a roupa. “Eu pessoalmente não gostei, por mim a gente não usava mais. Mas eu não sou o dono do Flamengo. Hoje [segunda-feira] eu vou falar com todo mundo e vamos decidir o que fazer”, disse Kléber Leite, vice-presidente de futebol do clube, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte. A marca norte-americana lançou o novo uniforme cumprindo determinação da Justiça, que determinou que o contrato com o clube carioca deve ser cumprido sem restrições. A única diferença é que, por questões estratégicas, as partes resolveram não fazer nenhum evento oficial. ?A camisa foi lançada porque ainda há um contrato vigente com o Flamengo, e, conforme previsto, tínhamos de anunciar o novo uniforme?, afirmou David Grinberg, gerente de comunicação da Nike no Brasil. O desenho é uma homenagem à década de 1970, que se adequa à estratégia da companhia de relembrar o uniforme de equipes históricas de seus patrocinados. O resultado, porém, não agradou. Utilizada nas derrotas diante de Coritiba e Vitória, a roupa nova foi alvo de chacota de torcedores rivais. A Nike se defende dizendo que o próprio Flamengo aprovou o modelo, por meio de seu Conselho Deliberativo. O clube carioca não nega, mas entende que mesmo assim tem o direito de não gostar do resultado. “É como você ir à loja, comprar uma roupa e não gostar mais dela quando chegar em casa. Já aconteceu comigo várias vezes. Nós compramos a camisa errada”, concluiu Kléber Leite. Novamente procurada pela reportagem, a Nike preferiu não entrar em detalhes. “A nossa resposta é a mesma do Kléber Leite. O Conselho aprovou”, disse David Grinberg. O problema entre as duas partes ganhou contornos de confronto há quase dois meses, quando o Flamengo anunciou o rompimento do contrato e a assinatura com a Olympikus por um valor (R$ 21 milhões) quase quatro vezes maior que aquele pago pela Nike (R$ 7,5 mi).

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