Governo promete criar liga feminina

A liga profissional de futebol feminino do Brasil vai, finalmente, sair do papel. O ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, informou na última quarta-feira que o campeonato já tem até patrocinador: a Caixa Econômica Federal. Os valores e o período de duração do contrato ainda estão sendo discutidos. O que já está definido, porém, é que o dinheiro do patrocínio não será administrado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), segundo matéria publicada nesta quinta-feira no jornal “Folha de S.Paulo”. De acordo com o diário, a decisão seria uma estratégia do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, para evitar investigações nas contas da confederação, que já anunciou não receber verbas públicas. No entanto, caberá à CBF dar o aval para que uma empresa ou entidade – que pode ser o Clube dos 13 – administre a nova liga. Medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, a seleção brasileira de futebol feminino é composta, quase em sua maioria, por atletas que jogam no exterior. A minoria que decide se arriscar em solo nacional tem que conviver com a pouca estrutura e a organização amadora dos torneios. O destaque na competição das Américas iniciou uma série de discussões sobre a profissionalização da modalidade no país. Motivado pela conquista, o deputado Gilmar Machado (PT-MG) apresentou um requerimento na C”mara para propor a criação de uma liga destinada às mulheres. “Está na hora de estimular os clubes a organizarem campeonatos de futebol feminino. Mais de 70 mil pessoas assistiram à final [do Pan] no Maracanã. É preciso encontrar uma forma de pressionar as entidades ligadas ao futebol e, ao mesmo tempo, uma forma de o Congresso ajudar no desenvolvimento dessa categoria no país”, disse Machado à Máquina do Esporte, no início de agosto. O próprio ministro havia prometido, em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, estudar com atenção a situação das atletas brasileiras. Na ocasião, Silva Jr. disse que a criação de uma liga para as mulheres geraria o impulso necessário para a formatação de políticas de incentivo ao futebol feminino no Brasil.

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