Inglês breca “boom” comercial de Nadal

Jovem, espont”neo, talentoso, colecionador de títulos e ídolo entre adolescentes de todo o mundo. Prestes a desbancar a hegemonia de quatro anos de Roger Federer no topo do circuito internacional de tênis, Rafael Nadal poderia ser o principal nome do marketing esportivo deste ano. Poderia. Aos 22 anos, o espanhol encontra dificuldades para se firmar como ícone no mercado publicitário. O maior entrave, segundo especialistas, é a pouca fluência do tenista na língua inglesa. ?Nadal não irá brilhar nesse campo com todo seu potencial até fazer um esforço para polir seu inglês e mostrar interesse em sair e vender sua imagem?, avalia Jim Andrews, vice-presidente sênior da IEG Sponsorship Report, maior instituição sobre patrocínio esportivo do mundo, ao site da ?Bloomberg?. O atual número dois do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) é garoto-propaganda de marcas como Nike, Kia Motors, Banesto, Time Force e L?Oreal. Esses contratos, no entanto, não foram suficientes para inseri-lo na lista dos 20 atletas nascidos fora dos Estados Unidos que mais faturaram em 2007. Contudo, o levantamento feito pela revista Sports Illustrated colocou o tímido Federer, com ganhos de US$ 22 milhões anuais (US$ 17 mi apenas com patrocínios), entre os destaques da temporada. Os números de Nadal são mantidos em sigilo por seu agente, Carlos Costa. ?O inglês é o idioma universal. Para chegar ao nível dos demais, ele precisa melhorar a pronúncia da língua anglo-saxônica e dar mais encanto à sua personalidade?, afirma Steve Rosner, fundador da empresa de marketing esportivo 16W, com sede em Nova Jersey, que possui em seu portfólio atletas da MLB e da NFL. O caráter tranqüilo do tenista é outro ponto relevante nessa batalha por ascensão comercial. De acordo com Rosner, Nadal tem potencial para acumular até sete dígitos por ano apenas com patrocínios relacionados diretamente ao universo do tênis, como marcas de raquetes, roupas e calçados. Para se transformar em uma estrela midiática, porém, teria que mudar: ?Rafa Nadal pertence à velha escola de jogadores. Tem classe e isso lhe dá pontos. Entretanto, falando em marketing, as pessoas mais extrovertidas têm mais valor. É preciso mostrar mais sua personalidade ao público?, destaca o especialista americano, citando a comemoração contida após o título em Wimbledon como exemplo. Apesar da necessidade de ?lapidação?, o porta-voz do tenista, Benito Pérez-Barbadillo, é contundente na resposta às críticas: ?Sua imagem cresceu muito após a vitória em Wimbledon, mas Rafa não vai mudar seu jeito de ser. Trabalhamos seu perfil comercial há quatro anos, mas ele é simples, humilde e está muito centrado em seu trabalho?, contesta Barbadillo à “Bloomberg”.

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