Jade troca patrocínios por marca própria

Principal esperança de medalhas pela ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Jade Barbosa não tem patrocinadores. Depois de recusar propostas por privilegiar sua carreira esportiva, a atleta anuncia o lançamento de um site oficial, ainda em construção, que será o ponto de partida para a criação de sua marca própria, alternativa encontrada para a falta de apoio. Mais que uma simples página na internet, o domínio traz a idéia de estreitar as relações da ginasta com seu público. O grande carro-chefe da campanha é a personagem de quadrinhos Jadinha, uma miniatura da atleta que fará parte, no futuro, de uma turma com vilões, mocinhos e amigas. ?Nesse início a Jadinha vai ser só a mascote no site. Vai ter uma parte de mural, em que as crianças da ginástica artística mandam mensagem para ela. A idéia é incentivar os conceitos ligados à qualidade de vida, que têm tudo a ver com ela. Então mais para frente queremos ter toda uma história, sempre voltada para as coisas boas?, disse Elizete Chagas, que assessora a carreira da ginasta. Mesmo sem sua turma, a personagem já começa a tomar formas concretas. Junto com o site oficial será lançada a primeira coleção da marca Jade, com artigos esportivos e também moda para adolescentes. O responsável pelo desenho das roupas é César Barbosa, pai da ginasta que também assinou os colants de competição utilizados pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos de 2007. ?Quando a mãe da Jade morreu ela tinha só nove anos, e o pai dela resolveu se dedicar à vida esportiva dela e abandonou a empresa de arquitetura que ele tinha. Mais velha, ela foi para Curitiba [no centro de treinamento fixo da seleção] e ele voltou a trabalhar, só que percebeu que estava falido. Aí decidiu apostar tudo na carreira dela?, explicou Elizete. A assessora não esconde as aspirações para a marca Jade. A intenção é lançar linha de materiais escolares e até uma boneca, apostando na identificação com o público infantil e na ligação com o Brasil. Sem apoio, porém, o projeto é todo custeado por César, que não tem condições de tirar todas as idéias do papel. Para que isso aconteça, a equipe que cerca Jade Barbosa não descarta e até anseia pela chegada de apoio da iniciativa privada. A esperança, porém, é que as necessidades especiais de uma esportista sejam respeitadas. ?Nós já conversamos com muitas empresas, mas elas não entendem o lado da Jade. Para as Olimpíadas tinha uma empresa que queria que ela ficasse em um estande em Pequim. Aí eu disse que não podia por causa das competições. Eles bateram o pé e não pudemos fechar. Se ela tivesse de fazer isso ia ter de parar com a ginástica?, concluiu Elizete.

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