Marketing esportivo invade YouTube

Ronaldinho brinca com a bola, faz embaixadinhas, chuta. Travessão. A bola volta, o craque mata no peito. Chuta. Travessão. O jogador repete a cena bola-travessão por mais duas vezes. Pronto. Estava dado o pontapé inicial para o marketing esportivo no YouTube. Desde então, a relação do site com o esporte só está crescendo. O vídeo do camisa dez do Barcelona está entre os cem mais vistos de toda a história do site, com mais de 23 milhões de acessos. Clipes e vídeos esportivos estão frequentemente entre os mais acessados e mais procurados no site. E qual a relação disso com o marketing? É que, inicialmente, o vídeo foi postado na internet sem pretensão alguma, só depois que foi revelada a intenção da Nike em promover o marketing viral. A marca americana continua disponibilizando vídeos de propagandas e atletas no site, por meio do canal nikefutebol. Um dos vídeos mais recentes mostra o craque português Cristiano Ronaldo apostando corrida com um Bugatti Veyron, um dos carros mais velozes do mundo. Apenas no final do filme, visto mais de 40 mil vezes, é que se percebe a ação para divulgar a quarta versão da chuteira Mercurial Vapor. ?A plataforma digital é a forma que utilizamos para nos conectarmos com os consumidores 365 dias por ano. O público-alvo das ações da Nike consome muito mais a mídia digital, como YouTube e blogs. Por isso usamos o meio digital para alavancar o reconhecimento da marca?, afirma David Grinberg, gerente de comunicação da Nike no Brasil. ?O marketing viral é uma tendência natural. Qualquer ação de marketing da Nike é baseada na plataforma digital?, completa Grinberg. Mas não é só no futebol que se concentram as ações virais das grandes marcas. A Adidas tem um canal com vídeos de hóquei no gelo, e a Nike também exibe filmes de Kobe Bryant, pulando piscinas ou carros, destacando as qualidades do atleta e de seu produto. Depois disso, várias empresas, marcas e associações ligadas ao esporte criaram canais e fecharam acordos com o YouTube, estratégia que tem relativamente um baixo custo para um bom retorno de visibilidade. Um exemplo é a NBA, que tem um dos canais mais acessados no site. A produtora de games 2K Sports divulga seus novos jogos por meio do site. Recentemente, Red Bull, para sua corrida de aviões, e Renault, divulgando a F-1, também criaram seus canais no portal. A Gatorade foi outra empresa a assinar com o portal, promovendo o lançamento de sua nova bebida, a G2, em parceria com o golfista Tiger Woods, que também é garoto-propaganda do canal da Gillette, junto com Kaká, Thierry Henry e Roger Federer. A ?legalização? do YouTube por meio das corporações tem se tornado muito freqüente. As empresas deixaram de considerar o site um vilão na proteção de suas marcas para transformá-lo numa ótima ferramenta de marketing. Entidades esportivas já perceberam a força do marketing viral, e usam o YouTube para promoverem futuros campeonatos e competições. O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Londres, por exemplo, fez em parceria com a Adidas, patrocinadora do evento, um canal dedicado exclusivamente à edição de 2012 da competição. No espaço, o internauta se depara com imagens da organização dos Jogos, além de vídeos ?inspiradores?, marca das campanhas da Adidas. As ações se estendem para o consumidor, que é incentivado a enviar seus próprios filmes divulgando a competição. A febre também começa a tomar conta do esporte como um todo. Clubes de futebol do exterior cada vez mais criam os seus canais oficiais para a divulgação dos melhores momentos de jogos e até treinamentos. No Brasil, o processo ainda engatinha. Apenas o Paraná Clube, com o grupo de marketing ?Sempre Paranista?, faz uso do Youtube para divulgar as ações do clube com os seus torcedores.

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