Foi justa, mas poderia ter sido exemplar. É dessa forma que a crítica avalia a severa punição imposta pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) à McLaren pelo caso de espionagem na Fórmula 1. Nesta quinta-feira, a escuderia foi condenada a pagar US$ 100 milhões de multa ao organismo e teve seus pontos no Mundial de Construtores desta temporada zerados. Além disso, os carros do time de Ron Dennis terão de ser inspecionados antes de terem a permissão para correr em 2008. Lewis Hamilton e Fernando Alonso, porém, escaparam ilesos e não sofreram nenhuma sanção. O inglês lidera a competição entre os pilotos, seguido diretamente pelo espanhol bicampeão do mundo. A equipe tem 24 horas para recorrer da sentença. Poucos minutos antes da decisão oficial da FIA, vários órgãos de imprensa chegaram a divulgar a exclusão da McLaren da F1 pelos próximos dois anos. Sem confirmação, a notícia foi prontamente retificada enquanto o Conselho Mundial da entidade ainda deliberava sobre o assunto. Os boatos sobre a retirada definitiva da McLaren do campeonato foram destaque em todos os jornais do mundo durante a semana. Rumores apontavam ainda para uma possível fusão com a alemã Mercedes para mascarar as punições e assegurar a permanência dos brit”nicos na F1 pelos próximos dois anos. A situção se agravou ainda mais quando o diário “La Gazzetta dello Sport” publicou o conteúdo de uma suposta troca de e-mails entre os pilotos Alonso e Pedro de La Rosa, piloto de testes, falando sobre o caso. Pressionado, o jornalista Pino Allievi, responsável pela matéria, confessou ter inventado os diálogos. O “Ferrarigate” veio à tona no mês de julho. A McLaren, por intermédio do ex-projetista Mike Coughlan, foi acusada de receber informações secretas, por e-mail, do engenheiro Nigel Stepney, da Ferrari, depois do Grande Prêmio da Austrália, realizado em março. A relação nebulosa entre os dois fez com que recaísse sobre Stepney a suspeita de depositar cerca de meio quilo de um pó corrosivo dentro dos carros de Kimi Raikkonen e Felipe Massa, antes do GP de Mônaco, para favorecer a McLaren. Na primeira audiência, a FIA alegou falta de provas para comprovar a utilização dos dados e absolveu a escuderia. Porém, novas evidências fizeram a entidade reavaliar o caso e convocar a McLaren para a audiência que aconteceu nesta quinta-feira, em Paris, e que culminou com a multa recorde e com a perda dos pontos.
McLaren perde pontos e receita
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