ME ?repete? COB e se esquiva de CPI

Presente a um encontro com representantes do setor de serviços, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., defendeu a tese de que a Copa do Mundo de 2014 é um bom investimento. Para ratificar o argumento, utilizou-se de dados conclusivos sobre os reflexos do Mundial de 2006 para a Alemanha e projeções sobre a Copa da África do Sul. Os dados de 2010, no entanto, não são os mais corretos, uma vez que correspondem a uma estimativa inicial, e não aos números atuais. O expediente é semelhante àquele utilizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro na última semana. Presente em uma audiência pública na C”mara dos Deputados, em Brasília, Carlos Arthur Nuzman, presidente da entidade, divulgou um estudo argumentando que o investimento público do país no último ciclo olímpico correspondia a um décimo do aporte de países como Grã-Bretanha, China e Alemanha. A Máquina do Esporte mostrou, no entanto, que o COB ?esqueceu-se? de várias modalidades de investimento, como patrocínios de estatais e programas como o Bolsa-Atleta e a Lei de Incentivo ao Esporte. Nesta segunda-feira, Orlando Silva Jr. também tentou convencer os empresários presentes na Associação Comercial de São Paulo com uma projeção de gastos bem abaixo do número real. Segundo a apresentação do ministro do Esporte, somente US$ 2 bilhões garantiriam a realização do Mundial na África do Sul, e resultariam em uma série de benefícios também apresentada pelo político. Os atrasos na construção de estádios e na implantação de uma infra-estrutura de qualidade, porém, multiplicaram o valor, que hoje gira em torno de US$ 23 bilhões. A ?gafe? acontece em um momento tenso de Orlando Silva Jr. à frente do Ministério. Na última semana, na mesma reunião que foi marcada pela apresentação do COB, parlamentares argumentaram que uma Comissão Parlamentar de Inquérito seria necessária para avaliar o destino dos investimentos públicos. Questionado sobre o assunto, o titular da pasta desconversou. ?Eu sou do [Poder] Executivo e não vou ficar falando sobre o [Poder] Legislativo. Os deputados têm legitimidade para fazer isso, e nós temos de acatar o que eles decidirem. Se eu for chamado eu vou lá dar uma palavrinha com eles?, disse Orlando Silva Jr, que deve aguardar o resultado da coleta de assinaturas para saber o desfecho da proposta. GF

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