A Fifa só vai anunciar no dia 20 de março as 12 cidades brasileiras que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no país. Além de estar nessa lista, São Paulo aposta que fará a partida de abertura da competição. A confiança é tão grande que a iminência do torneio tem servido até como argumento para estabelecer limite de prazo para as parcerias comerciais do São Paulo. O Morumbi, estádio do clube tricolor, foi escolhido como palco na candidatura de São Paulo. A diretoria da equipe até utilizou esse status de arena para a Copa do Mundo a fim de encontrar empresas dispostas a promover negócios no local. ?A abertura será o maior momento da história do nosso estado?, sentenciou o presidente Juvenal Juvêncio. O problema é que a realização do torneio não pode ser nada além de prestígio. Baseado nessa ideia de que será o estádio da abertura da Copa do Mundo, o São Paulo começou a realizar obras para adequar a estrutura do Morumbi aos padrões da Fifa. O financiamento dessas reformas provém de parcerias comerciais estabelecidas no interior da arena. O clube anunciou três desses acordos na segunda-feira, totalizando uma receita de R$ 12 milhões. As parcerias anunciadas pelo São Paulo incluem propriedades comerciais e exploração do estádio. O espaço Unyco, por exemplo, será um camarote para relacionamento corporativo. Aché e Volkswagen também terão acomodações privativas no Morumbi, que já tinha obras em andamento para a criação de um setor Visa. Todos esses contratos, contudo, têm duração máxima de três anos. O motivo é a necessidade de um alinhamento comercial com as parcerias internacionais da Fifa, soberanas durante a realização da Copa do Mundo. Em outras palavras: o São Paulo usa o torneio para vender acordos e as empresas associadas valorizam a competição em seu discurso, mas nenhum desses negócios tem sobrevida assegurada até 2014. ?Nós fizemos contratos com duração máxima de três anos para acompanhar essas movimentações. Precisaremos ver quais serão as restrições da Fifa para atuação comercial durante a Copa do Mundo?, reconheceu Adalberto Baptista, diretor de marketing do São Paulo. Em 2006, os contratos da Fifa interferiram até em ações de naming rights dos estádios utilizados na Copa. Durante o Mundial, o logotipo da Allianz Arena foi retirado da fachada. Em vez do nome oficial, o local só foi chamado de ?Fifa World Cup Stadium? em todo o material de divulgação da entidade. O receio do São Paulo é fechar uma parceria mais longeva e precisar ?escondê-la? durante a Copa do Mundo, principal evento da história do Morumbi. Por isso, a despeito de iniciarem preparação e reformas no estádio para o torneio, os contratos apresentados nesta semana não têm qualquer garantia de sequência até lá. O espaço Unyco é um exemplo. O camarote corporativo fechou com a rede de restaurantes Applebee?s para o serviço de catering em eventos realizados no Morumbi. Só que a Fifa tem parceria com o McDonald?s na área de alimentação e exige soberania de seus contratos durante o Mundial. ?O que nós estamos fazendo é construir um espaço dentro de todas as especificações da Fifa. Quando tudo estiver funcionando, poderemos até sentar e conversar com os parceiros da Fifa. Eles vão querer estar com a gente se o negócio tiver receptividade positiva?, projetou Marcelo Izar Neves, presidente da Sports Service, empresa responsável pelo Unyco. Enquanto o espaço Unyco fala em alinhamento aos parceiros da Fifa, outras empresas associadas ao São Paulo adotam discursos diferentes. Na apresentação das parcerias, na segunda-feira, grande parte das novas marcas associadas ao Morumbi falou sobre a import”ncia da Copa do Mundo para seus planos de negócio. ?Nós temos uma marca muito forte nos Estados Unidos, mas ainda pouco reconhecida no Brasil. Queremos deslanchar aqui no país, apostando no marketing para que isso aconteça. Vamos começar com essa atuação dentro do espaço Unyco e pretendemos até abrir um restaurante no Morumbi mais para frente. Tudo visando a Copa do Mundo de 2014, quando esperamos ter um nome mais consolidado por aqui?, disse Carlos Alberto Fernandes, da Applebee?s.
Mundial limita parcerias do São Paulo
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