“Musas” elevam o tênis feminino

A russa Anna Kournikova nunca foi apontada pelos especialistas como um grande exemplo de talento no tênis feminino. Aos 25 anos e praticamente aposentada do circuito, porém, a atleta deixou um legado para o esporte: fez com que o tênis deixasse de ser apenas uma modalidade esportiva para se tornar uma plataforma de negócios e entretenimento. Mesmo sem nunca ter conquistado um título de expressão – chegou a quatro finais em simples e venceu 16 torneios em dupla -, Kournikova sempre figurou na lista das atletas mais bem pagas e conhecidas do mundo. Se os golpes não eram tão precisos dentro das quadras, fora dela a tenista conseguiu faturar milhões emprestando seu rosto para marcas como Ômega e Adidas. Somados a outros contratos publicitários, os rendimentos da russa podem chegar aos US$ 15 milhões anuais. De forma mais discreta do que Kournikova, a argentina Gabriela Sabatini também merece registro por seu pioneirismo na inclusão de atletas no mercado publicitário com tanto êxito. Apesar de não desfrutar do poder da mídia da mesma maneira que a russa, Sabatini conseguiu colocar seu nome no “hall” da fama do esporte e dos negócios. Ao anunciar o final da carreira, em janeiro de 1996, a tenista foi se dedicar à marca de perfumes que leva seu nome, internacionalmente reconhecida. Muito mais do atrair empresas interessadas em associar suas marcas aos rostos famosos ou aumentar suas fortunas pessoais a cada dia, esse tipo de “atleta-celebridade” ajuda a alavancar o esporte, além de conquistar novos fãs e adeptos para a modalidade. Essa é a opinião do maior ícone da geração “popstar” do tênis feminino atual: Maria Sharapova. “Acho que o tênis precisa de show, entretenimento. Os torcedores procuram isso, e nós [tenistas] somos pagos para entreter as pessoas, não apenas para jogar e ganhar. Não me importo se me colocam como a “garotinha bonita”, disse Sharapova à “Folha de S.Paulo” desta segunda-feira. O carisma da tenista, aliado à sua boa performance no circuito, fez da atleta de 19 anos a maior expressão do “tênis-show” do momento. Sharapova faz parte do seleto grupo de atletas globalizados, cujos nomes podem ser dissociados das empresas com as quais mantêm contrato. Seus nomes são suas próprias marcas. “Sei que sou querida por pessoas de vários lugares, de varias idades, e é uma honra ser reconhecida”, afirmou a russa ao jornal brasileiro. Atualmente, Sharapova é garota-propaganda da Pepsi, Palmolive, Canon, Colgate, Nike, Tag Heuer, Land Rover, entre outras. O faturamento da tenista chega aos US$ 30 milhões por ano. A lista de jogadoras com alto potencial comercial tende a aumentar a cada dia. Além de Sharapova e da suíça Martina Hingis, número 1 do mundo entre 1997 e 2001, em cinco períodos diferentes, outros nomes começam a despontar no circuito como embaixadoras do esporte. A principal delas é a também russa Elena Dementieva, de 25 anos. À parte de exercer seu papel de uma das musas da modalidade, a tenista já desperta o interesse de vários patrocinadores ao redor do mundo, assim como a eslovaca Daniela Hantuchova e Nicole Vaidisova, nascida na República Tcheca, recentemente contratada pela Citizen.

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