Os melhores do ano

Pelo quarto ano consecutivo, a Máquina do Esporte se despede de mais um ano com a sua eleição dos melhores casos de marketing esportivo, agora relacionados a 2008. Em nossa retrospectiva bem-humorada do ano que acaba, elencamos os dez principais momentos do esporte como negócio no Brasil e, é claro, aquele caso de maior destaque no marketing esportivo mundial. Em ano de realização dos Jogos Olímpicos, consolidação do mercado de patrocínio esportivo e crise financeira mundial abalando o esporte, não poderíamos deixar de registrar aquelas ações que buscaram a inovação como forma de se destacar da concorrência. Confira a seguir a lista com as dez principais ações de marketing no esporte brasileiro em 2008 e, também, relembre aquele projeto que mais se sobressaiu em todo o mundo. Case Internacional: O maiô LZR da Speedo O investimento em tecnologia de ponta pauta a concorrência entre as grandes fabricantes de material esportivo do mundo. Em 2008, porém, nenhuma outra marca causou tanto estardalhaço quanto a Speedo e o seu maiô, o LZR Racer, que ficou conhecido como ?o maiô dos recordes?. Com uma tecnologia revolucionária, a fabricante se tornou soberana na natação a ponto de desbancar concorrentes do calibre de Nike, que anunciou a sua saída da modalidade, e Adidas, que deixou de patrocinar a seleção alemã, descontente com o produto da marca. Com a quebra de recordes mundiais nas piscinas do mundo todo e, em especial, nas do Cubo D?Água, local que recebeu as competições de natação nas Olimpíadas, a Speedo reescreveu seu nome na história do esporte e fez sua marca virar sinônimo de prestígio. Cases Nacionais: 1 – Contratação de Ronaldo pelo Corinthians Da Série B do Campeonato Brasileiro para as capas de jornais e revistas do mundo todo. Esse foi o resumo do ano do Corinthians em 2008. Se, em janeiro, o clube e sua torcida sofriam com o drama de disputar a Segunda Divisão do Nacional, em dezembro a história mudou totalmente a favor do clube paulista. Numa estratégia ousada, o atacante Ronaldo, maior artilheiro da história das Copas do Mundo, foi apresentado no dia 12 de dezembro como novo reforço do clube. O impacto da notícia foi tanto que todas as outras boas iniciativas do clube na temporada, como a camisa ?loteada? entre os torcedores, ou a venda da camiseta promocional ?Eu nunca vou te abandonar? logo após o rebaixamento foram esquecidas como estratégias inteligentes de marketing. Mesmo sem entrar em campo, Ronaldo foi capaz de movimentar o marketing corintiano e, no apagar das luzes de 2008, recolocou o Corinthians na vanguarda do futebol nacional. Resta saber se tanta euforia se materializará em receita e, principalmente, desempenho esportivo no ano de 2009. 2 – Espaço Visa nos estádios Em 2007 a empresa de cartões de crédito Visa e a Outplan deram o mais audacioso passo no projeto de criar nos estádios setores exclusivos para os portadores de cartões com sua bandeira. No final do ano começou a funcionar o sistema no estádio Palestra Itália, do Palmeiras. O sucesso do setor foi tão grande que, além de aumentar a receita do clube com a venda de ingressos, fez com que o modelo fosse replicado para outros estádios do país. Em 2009, a Visa terá setores seus, além dos estádios do pioneiro Figueirense e do Palmeiras, na Vila Belmiro, no João Havelange e no Morumbi, entre outros. Prova de que o mínimo de conforto que se dá para o torcedor pode atrair um novo público para os estádios e, obviamente, muito mais receita para os clubes. 3 – X Games e Oi Megarampa O ano de 2008 marcou a volta da felicidade a quem trabalha com os esportes radicais no país. Depois de quatro anos o Brasil voltou a organizar uma etapa local dos X Games, principal competição da modalidade. Com a entrada da agência de marketing esportivo Reunion no negócio, a ESPN reeditou no mês de abril a competição destinada aos amantes dos esportes radicais. Num ambicioso projeto, o sambódromo do Anhembi recebeu mais de 40 mil pessoas para curtir os principais nomes do skate e Cia. em atuação no país. O mesmo Anhembi foi palco, no final do ano, para a ?Oi Megarampa?, competição entre skatistas dispostos a descer uma ladeira da altura equivalente a de um edifício de oito andares. Com parceria de mídia com a Globo, o evento atraiu espectadores e ainda mobilizou as pessoas em torno da competição. 4 – Os 100 mil sócios do Internacional (RS) Clube de futebol que mais tem despontado nas iniciativas de marketing nos últimos anos, o Internacional roubou novamente a cena em 2008 ao criar um projeto para o seu centenário, em abril do ano que vem. A meta é atingir a marca de 100 mil sócios. Com uma intensa campanha de convencimento do torcedor, o clube encerrou o ano próximo dos 80 mil associados. A conquista inédita da Copa Nissan Sul-Americana, em dezembro, ajudou a turbinar os corações colorados para contribuírem com o clube, que atualmente fatura quase R$ 1 milhão por mês com o projeto. 5 – Lançamento do Museu do Futebol Decantado por todo o mundo como o ?país do futebol?, o Brasil finalmente ganhou em 2008 o primeiro museu temático do esporte mais popular do planeta. Localizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, o Museu do Futebol está se tornando uma espécie de ponto de encontro dos eventos com a temática futebol. Foi lá, por exemplo, a festa de premiação para a ?Bola de Prata?, da Placar, além do lançamento de diversas obras sobre o esporte. 6 – Os patrocínios da seleção brasileira Sim, a CBF não possui um departamento de marketing ou comercial que seja digno da import”ncia da marca seleção brasileira. Mas com a confirmação da Copa do Mundo de 2014 no país, quem mais tem se beneficiado é a entidade presidida por Ricardo Teixeira. Não apenas pelo lobby para a definição das sedes do Mundial, mas principalmente pelos novos contratos de patrocínio firmado pela entidade. Com a Copa de pano de fundo, a CBF anunciou em 2008 parcerias com o Itaú (a US$ 15 milhões anuais) e Hugo Boss (US$ 200 mil ao ano mais produtos para dirigentes, atletas e comissão técnica). Além disso, a entidade renovou o contrato com a Vivo, que desembolsará US$ 90 milhões em seis anos de contrato, além dos já existentes vínculos com a TAM (US$ 15 milhões ao ano) e Nike, que paga US$ 25 milhões anuais. Assim, a entidade deve bater recorde de arrecadação até o Mundial de 2014. 7 – Fortalecimento da liga de basquete Após três anos de racha, finalmente o basquete brasileiro chegou a um consenso. Em dezembro foi apresentada a Liga de Basquete, com a participação dos principais clubes do país e a transmissão da Rede Globo. O aval dado pela emissora carioca à competição é o primeiro passo para que a modalidade retome os tempos de glória. Com uma exposição maior na TV aberta, a expectativa é de que o basquete possa voltar a ter grandes marcas patrocinando o esporte e, assim, o país volte a ter uma geração vitoriosa. A primeira empresa de grande porte a anunciar sua entrada na modalidade foi a Vivo, que fechou patrocínio com o time de Franca. 8 – Cesar Cielo O nadador brasileiro roubou a cena ao ganhar a medalha de ouro nos 50 m livres nos Jogos Olímpicos de Pequim. E, com o desempenho nas piscinas, Cielo conseguiu vencer o preconceito do investimento no patrocínio individual a atletas. Hoje, ele é patrocinado por Correios e Samsung, além do apoio do Clube Pinheiros. Mas o recorde olímpico em Pequim, aliado à esperança de melhores resultados no futuro, fez com que Cielo se tornasse o xodó da Arena, maior concorrente da Speedo. O brasileiro recebeu proposta para ganhar quatro vezes mais pelo patrocínio, além de ajudar a empresa italiana a desenvolver um maiô capaz de derrubar a hegemonia do LZR da concorrente e, com isso, se tornar uma espécie de embaixador mundial da marca. 9 – Consolidação dos esportes de aventura O mês de setembro marcou a realização da décima edição da Adventure Sports Fair, principal feira da América do Sul sobre o mercado de esportes de aventura. Com um volume de negócios em torno dos R$ 20 milhões durante quatro dias, a Adventure faz parte do calendário do esporte brasileiro. Além disso, o Brasil foi considerado pela revista National Geographic, em dezembro, o melhor destino turístico para a prática dos esportes de aventura, ao lado do Nepal. Prova de que o setor está consolidado e, dessa forma, gerando receita para cidades como Brotas, no interior de São Paulo, e o Pantanal, os destinos preferidos dos praticantes. 10 – O retorno dos ídolos ao vôlei Campeão olímpico feminino e medalha de prata no masculino, o Brasil conseguiu recolocar a maioria dos jogadores da seleção em atuação no país. Graças ao aporte financeiro de grandes empresas e uma estratégia de repatriamento dos grandes astros, a Superliga de vôlei na temporada 2008/09 terá a presença do maior número de atletas de seleção dos últimos anos. O caminho para isso foi traçado a partir do acordo da CBV com a Globo, que aumentou a exposição dos clubes na TV aberta e incentivou os patrocinadores a bancarem a volta de ídolos como Fofão, André Nascimento, Serginho, etc.

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