Pacaembu é plano “B” do Corinthians

A poucos detalhes da aprovação de um contrato com o consórcio Egesa/Seebla para a construção de um estádio, o Corinthians convive, ao mesmo tempo, com a oferta da prefeitura de São Paulo, que tem interesse em fazer a concessão do estádio do Pacaembu. Atraído pela perspectiva de ter uma “casa própria”, o clube não descarta gerir o local público, mas trata a possibilidade como uma espécie de “plano B” do sonho de ter o próprio estádio. A idéia da prefeitura foi confirmada pelo secretário de esportes de São Paulo, Walter Feldman, logo após a fala de Gilberto Kassab, atual prefeito e pleiteante à reeleição pelo DEM, no ciclo de palestras dos candidatos paulistanos promovido pela Federação Paulista de Futebol (FPF). ?A modernização do estádio pede um investimento de R$ 200 milhões, que incluiriam ampliação da capacidade e estacionamento. Já sinalizamos para o Corinthians, mas a gente entende que o Andrés Sanchez [presidente do clube] está pensando em todas as possibilidades. Isso tem sido feito no mundo inteiro, e seria bom para as duas partes?, disse Feldman, que ainda explicou como poderia ser feito o acordo. ?Não há como justificar para a população a viabilização de um estádio particular, então esta hipótese está descartada. A concessão poderia ser feita diretamente ao Corinthians ou com ele incluído dentro de um consórcio?, adiantou o secretário. O Corinthians não nega que tenha interesse, mas entende que o negócio com a Egesa/Seebla por um estádio em um terreno na marginal Tietê seria mais lucrativo para o clube. ?Entre gastar R$ 200 milhões para ficar com o Pacaembu por 30 anos e R$ 400 milhões para ter o nosso eu fico com o estádio próprio. Nós temos interesse pelo Pacaembu, mas ele é um plano B. Se não der certo a primeira opção recorremos à segunda?, disse Heleno Maluf, vice-presidente e responsável pelo assunto no clube. No momento, o projeto particular depende de aprovação da minuta do contrato feita pela Egesa-Seebla. O grande receio do Corinthians, que contratou um profissional especializado em direito imobiliário para tanto, é resguardar-se quanto às implicações financeiras das obras. ?Já que nós não temos condição financeira estamos fazendo a parceria. Só que não podemos assumir certos riscos. Com o contrato assinado, o consórcio passa a ser responsável pela obra. Mas acredito que não haja empecilho nessa área. Se houver algum tipo de obstáculo para a construção ele não será jurídico?, disse Sérgio Alvarenga, vice-presidente jurídico do Corinthians. Quando o documento for aprovado, a burocracia da prefeitura passará a ser o maior obstáculo. O órgão tem a responsabilidade de autorizar a construção, e já prometeu, por meio da Secretaria de Esportes e do próprio prefeito Gilberto Kassab, que vai agilizar o processo.

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