A tradicional frase ?Made in China? pode se transformar no pior pesadelo para muitas marcas. Somente neste ano, diversos casos de recalls de brinquedos, além de pastas de dente contaminadas e comidas para animais de estimação envenenadas atingiram os fabricantes chineses. Casos como esses podem fazer com que o consumidor pense duas vezes antes de adquirir um produto fabricado na China, mesmo que a marca seja consagrada. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa Interbrand, 69% das pessoas acreditam que a frase ?made in China? proporciona uma imagem negativa. ?A primeira impressão que as pessoas têm das marcas chinesas é que são produtos baratos. Deve demorar pelo menos cinco anos para que os consumidores percam o medo dos produtos “made in China”?, afirma Gonzalo Brujó, diretor-geral da Interbrand. Segundo Brujó, o grande desafio dessas empresas é atingir o mesmo patamar de credibilidade de gigantes do Japão e da Coréia do Sul, como a Sony e Samsung. Para isso, eles precisam eliminar a imagem de baixo custo e má qualidade para atingir uma reputação sólida. Uma das saídas, segundo o especialista, é investir no patrocínio durante as Olimpíadas de Pequim para conquistar exposição e credibilidade para sua marca em todo o mundo. Esse é o caso da Lenovo, empresa que comprou a divisão de computadores da IBM em 2005. Ao lado da cervejaria Tsingtao, da indústria de eletrodomésticos Haier, da desenvolvedora de tecnologia Huawei e da montadora de automóveis Chery, ela tem uma boa imagem para as pessoas. ?Os Jogos representam uma excelente oportunidade para nós. Enquanto somos bastante populares na China, ainda falta este reconhecimento nos outros países?, explica Alice Li, vice-presidente da Lenovo para as Olimpíadas. A fabricante de computadores é a única empresa chinesa que vai patrocinar oficialmente o evento, aportando cerca de US$ 65 milhões (R$ 117 mi) para isso. Para a Interbrand, um produto de baixa qualidade é motivo de crise para uma empresa. Por isso, nos próximos anos, a China deve investir para desenvolver sua indústria para deixar de ser reconhecida apenas pelo baixo custo de seus produtos.
Pequim pode fortalecer “made in China”
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