Política pode atrapalhar Pequim-08

A China pretende utilizar os Jogos Olímpicos de Pequim, no próximo ano, para mostrar ao mundo, principalmente à parte ocidental, os avanços conquistados pelo seu ?lado? ocidental. Porém, os atos provenientes do sistema comunista-ditatorial do país comandado pelo Partido Ditatorial da China podem minar esses objetivos. As diversas disputas políticas em que a China está envolvida começam a despertar hostilidade por parte de diversos segmentos de outros países e os Jogos Olímpicos podem se transformar em um grande palanque de reclamações por parte de militantes. O último problema para os chineses são os defensores do Tibet. A China controla o local desde 1950 e a estimativa é que 120 mil tibetanos, como o líder espiritual Dalai Lama, estão exilados na Índia. O ator norte-americano e budista Richard Gere, presidente da Campanha Internacional pelo Tibet, condena a atitude dos chineses com a região autônoma e defende um boicote às Olimpíadas de Pequim. ?Por que o mundo deve recompensar pessoas que são obviamente tão más com seu próprio povo, tão más com outros povos? Um boicote geral para mim certamente tem valor; provavelmente não é prático, mas emocionalmente faz sentido?, afirmou Gere, à ?Reuters?. Já a entidade Students for a Free Tibet também realiza diversas manifestações contra a China, buscando um pouco da luz dos holofotes que estão apontados para a sede dos próximos Jogos Olímpicos. No início de agosto, dois canadenses desceram de rapel em Mutianyu, um dos trechos mais visitados da Muralha da China. Durante a manobra, os ativistas estenderam uma grande faixa com a frase ?One world, one dream. Free Tibet 2008?, aproveitando plagiando o slogan dos Jogos Olímpicos de Pequim. Em abril, uma manifestação semelhante já havia irritado as autoridades chinesas. Três norte-americanos estenderam uma faixa com a mesma frase usada pelos canadenses, mas dessa vez o local escolhido foi o campo-base do monte Everest, ponto-turístico do Tibet. Todas as manifestações costumam ser filmadas e publicadas em sites de vídeos, como o Youtube. Por isso, o governo chinês realiza uma censura parcial a esses portais. Apesar de o acesso na China ser permitido, alguns termos usados em pesquisas, considerados perigosos pelas autoridades do país, são vetadas. Essas manifestações fizeram com que a China endurecesse ainda mais as rígidas regras de turismo no Tibet. ?Nesta temporada, o escritório do governo que emite as permissões para turistas estrangeiros tem dificultado a venda e execução dos nossos programas, fechando estradas e atrasando a emissão de documentos?, afirmou agente de turismo tibetano Tenzin Dhundup, à ?Folha de S.Paulo?. Para evitar que atos de manifestastes aconteçam durante os Jogos, os chineses também aumentaram o controle de emissão de vistos aos estrangeiros, além de desenvolver uma lista com o nome de diversas pessoas consideradas ativistas pela China.

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