As polêmicas parcerias do basquete do Rio de Janeiro criaram um fenômeno novo no esporte. Os times procuram receita e selam acordos com clubes de outros estados. Como os campeonatos Carioca, Mineiro e Capixaba ocorrem ao mesmo tempo, as equipes estão disputando mais de uma competição paralelamente. ?Os dois campeonatos são simult”neos, mas não é totalmente a mesma equipe. Estamos disputando no Rio como convidados?, afirmou Fernando Henrique Pinheiro, o Branco, coordenador do projeto de basquete de Uberl”ndia, que tem parceria com o Iguaçu Basquete Clube (IBC). O Minas Tênis Clube, por exemplo, voltou para Belo Horizonte depois de disputar o primeiro turno do Estadual do Rio pelo Fluminense. Lá, jogará o Campeonato Mineiro e, após esse torneio, voltará à capital carioca para o returno. ?Não é uma prática comum. Isso surgiu quando a federação capixaba procurou o Rio para os clubes disputarem o campeonato daqui, mas a nossa Federação determinou que eles teriam que usar a camisa de uma equipe carioca. A própria federação mineira apoiou a vinda do Minas e adequou seu calendário?, explicou René Machado, superintendente de esportes olímpicos do Fluminense, time que disputou sete partidas em dez dias. Essa discussão tem envolvimento direto com a polêmica das parcerias. Na reunião do Conselho Arbitral, duas parcerias foram aceitas, liberando duas equipes do Espírito Santo para disputar o campeonato do Rio ao lado de clubes fluminenses. Com o precedente, outros clubes buscaram parcerias que não tinham autorização prévia, causando toda confusão. De acordo com a Confederação Brasileira de Basquete as federações têm autonomia para decidir como vão competir e, havendo concord”ncia entre as partes, não há problema. ?Com o intuito de melhorar os campeonatos, os clubes aceitaram o sistema de parceria. Isso não é nenhuma novidade. No vôlei já existia. Não vou dizer que o regulamento autorize um jogador de disputar dois campeonatos, mas foi uma decisão do Arbitral?, declarou Álvaro Lionides, presidente da Federação de Basquetebol do Estado do Rio de Janeiro (FBERJ). As justificativas não são o suficiente para acalmar os “nimos do Flamengo, que estuda entrar na justiça contra as equipes que considera irregulares (IBC, Vasco e Fluminense). ?Não é comum disputar dois campeonatos porque não pode. Para um jogador disputar o Campeonato Mineiro, tem que estar inscrito na Federação de lá. Para disputar o Carioca, na daqui. O arbitral abriu mão da inscrição dessas duas agremiações (Saldanha da Gama e Cetaf-ES). Não há legalidade nisso, mas foi decidido em unanimidade?, disse Arnaldo Szpiro, diretor de basquete do Flamengo. A parceria do Vasco com o Universo-DF é o principal alvo de reclamações. ?Este time nem pode ser chamado de Brasília. Todos os jogadores estão federados em Minas pelo Uberl”ndia Esporte Clube. Para você ver que confusão. Esse time vai jogar o campeonato mineiro e o brasiliense. É uma bagunça?, reclamou o dirigente do Flamengo.
Por receita, basquete do Rio se “divide”
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