Português vira “problema” em Pequim

A quinta língua mais falada no mundo se tornou um problema para os organizadores dos Jogos Olímpicos de Pequim. Faltando pouco mais de 200 dias para o início do evento, o número de intérpretes voluntários do português ainda é escasso na capital chinesa. Com 215 milhões de falantes nativos, a língua portuguesa é o idioma oficial de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, todos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI). “Ainda temos problemas na reserva de talentos para serviços de tradução”, disse Zhang Juming, vice-diretor Departamento de Voluntários do Bocog (comitê organizador), à agência “Nova China”. Apenas por intermédio da Tamoyo, única agência de viagens credenciada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), desembarcarão em território chinês cerca de 1,2 mil turistas oriundos do Brasil. “Estamos ainda em processo de recrutamento de voluntários que saibam falar línguas estrangeiras, entre os quais o português”, informou à “Agência Lusa” uma funcionária do Bocog, que não quis se identificar. Outros idiomas, como holandês e suaíli, falado no Quênia, também sofrem com a falta de tradutores em Pequim. A explicação, segundo o Bocog, é baixo número de estudantes residentes na China provenientes desses países. “Esperamos resolver a oferta dos serviços de idiomas pouco falados da melhor maneira possível. Até agora, oferecemos serviços de 55 línguas, e desejamos que, com o passar do tempo, essa oferta possa ser ampliada”, afirmou Zhang Juming. Segundo dados do Instituto Português do Oriente, entidade responsável pela divulgação e ensino da Língua Portuguesa na Ásia, apenas cinco universidades ensinam o idioma na China continental.

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