A análise de que o investimento do Governo Federal na organização da Copa do Mundo de 2014 deve se restringir à melhoria na infra-estrutura das cidades se repete a cada aparição pública de Orlando Silva Jr., ministro do Esporte. Na prática, porém, o investimento em um estádio no interior de São Paulo e um aporte vultoso em Minas Gerais provam que a tese difundida fica apenas no discurso vazio. ?Na minha opinião, é um erro construir ou reformar um estádio. Nós temos de fazer concessões para que o espaço tenha sustentabilidade. O governo tem de investir em infra-estrutura, e deixar as arenas para a iniciativa privada?, disse Orlando Silva Jr., em evento sobre a Copa do Mundo de 2014 realizado na Associação Comercial de São Paulo na última segunda-feira. A resposta surgiu quando o político foi questionado sobre os investimentos do governo do Distrito Federal na reforma do Bezerrão, que custou R$ 56 milhões aos cofres públicos. A Fonte Luminosa, de Araraquara, no entanto, contou com aporte de R$ 11 milhões do Ministério do Esporte para sua última reforma, feita em parceria com a prefeitura local, que gastou mais R$ 7 milhões. O projeto abriu o precedente para outra cidade paulista, Rio Claro, que pleiteia alterações bancadas pelo estado no Augusto Schmidt Filho. ?Isso aí é outra coisa. Diariamente eu tenho cidades pedindo investimentos pequenos como esse, que são diferentes de estádios para a Copa do Mundo, que exigem dezenas de milhões de reais?, disse Orlando Silva Jr. O argumento, porém, não impediu o titular da pasta de prometer R$ 30 milhões para a reforma do estádio Independência, em Belo Horizonte. O espaço, que voltaria às mãos do América Mineiro em regime de comodato após 2014, servirá apenas como ?casa provisória? de Atlético e Cruzeiro enquanto o Mineirão estiver sendo reformado. Mesmo assim, contará com o forte investimento do Ministério, que ainda terá a ajuda do estado de Minas Gerais, de acordo com projeto apresentado no começo de novembro pelo governador Aécio Neves. Na ocasião, houve a assinatura do termo de compromisso com a prefeitura de Belo Horizonte e o Comitê Organizador da Copa de 2014 pela candidatura mineira à uma das sedes do Mundial. ?Há um compromisso do governo federal em transferir esses recursos. Nós complementaríamos com um valor em torno de R$ 12 milhões, e o Independência seria administrado, durante cinco anos, pela Ademg [Administração dos Estádios de Minas Gerais] para que possa sediar jogos do Mineiro e do Brasileiro?, disse o governador mineiro na ocasião do lançamento do projeto.
Prática derruba discurso do Ministério
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