Reforços mexem com tintas no esporte

A cada contratação, uma nova leva de camisas de determinado clube deverá ser produzida. Alterações e novos modelos também movimentam grandes fabricantes de material esportivo como Nike, Adidas e Puma. Por trás dessas gigantes, porém, quem comemora e fatura são empresas de tecnologia especializada que trabalham com produtos do meio. As maiores marcas não costumam participar totalmente de sua própria produção, delegando etapas decisivas a companhias terceirizadas. Uma das maiores beneficiadas com essa política é a empresa de tintas serigráficas Fremplast. Fornecedora de tecnologia para diversas marcas que produzem de camisas a chuteiras, passando por caneleiras e bolas, a indústria é líder do mercado no Brasil e na América Latina. Cerca de 90% dos materiais esportivos do país contam com presença da empresa que tem sede em Guarulhos. A hegemonia é explicada, segundo a própria Fremplast, pelo pioneirismo na tecnologia, que não é igualada pelas concorrentes. Uma das táticas para que o panorama permaneça o mesmo é a ausência de publicidade, por medo de que isto chame a atenção de novas empresas. Os contatos são feitos, em sua maioria, pelos próprios executivos. “Eu tenho três tipos de intermediação até o produto final: estilistas ou indústrias que nos procuram ou mesmo uma proatividade nossa, que é o que acontece na maioria dos casos. Nós vamos numa Adidas, Reebok ou em uma Diadora, mostramos nosso produto e fechamos”, disse André Miotto, dirigente da Fremplast. A parcela de 10% que não é coberta pela empresa não se deve a uma determinada marca ou equipe, mas sim à peculiaridade e simplicidade do negócio. Segundo Miotto, a Fremplast procura as marcas e acerta a participação na produção de determinadas peças. Outras, que são feitas em lugares sob influências de pequenas indústrias, não entram no acordo sem documentos. “Não existe um contrato, e sim um acerto de cavalheiros, pois não há regulamentação para a área. O fornecimento quase nunca é de 100% para a linha. O lugar que fabrica e confecciona bolas não é a mesmo que faz uniformes”, conclui.

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