Segurança causa polêmica em Pequim

Desde os ataques terroristas que derrubaram o World Trade Center (WTC) na cidade de Nova York, em 2001, as questões relativas à segurança passaram a figurar no topo da lista de prioridades dos grandes eventos esportivos. Em Pequim, sede dos Jogos Olímpicos de 2008, porém, o tema sofre com as influências políticas. O governo chinês pediu auxílio a empresas americanas – como Honeywell, General Electric, United Technologies e IBM – para projetar e instalar um dos sistemas mais abrangentes de vigil”ncia pública de alta tecnologia do mundo. A preocupação das autoridades, no entanto, desagradou alguns ativistas locais. O principal argumento dos críticos dos direitos humanos da China é que o sistema de segurança viola as sanções aprovadas pelo Congresso após o massacre da Praça da Paz Celestial, ocorrido em 1989, quando mais de duas mil pessoas foram mortas e outras dez mil ficaram feridas. Além da censura à imprensa, o massacre motivou uma lei que proíbe qualquer companhia de fornecer à China equipamentos ou instrumentos de controle ou detecção de crime. As multinacionais relutam em discutir suas vendas para as forças de segurança da China, mas elas dizem ter feito tudo o que era necessário para cumprir as leis relevantes. O Departamento de Comércio da China irá revisar a situação em 45 dias. O interc”mbio encontra barreiras até mesmo entre os americanos. “As empresas obviamente desconhecem o significado de decência se estiverem buscando formas de usar as brechas em nossas leis para lucrar com as oportunidades de mercado oferecidas pelas Olimpíadas”, disse o deputado californiano Tom Lantos, ao “The New York Times”. Metrópoles como Pequim e Xangai poderão receber até 300 mil c”meras, enquanto que as cidades rurais terão entre mil e 5 mil instaladas. Com um investimento em segurança 20% inferior ao dos Jogos de Atenas, o comitê organizador das Olimpíadas chinesas (Bocog) gastará cerca de US$ 309 milhões (R$ 525,3 milhões) para proteger atletas e turistas durante o evento. Apesar da polêmica, Liu Qi, presidente do Bocog, pediu os governantes que considerem a segurança como peça fundamental dos Jogos e destacou que a estabilidade e a harmonia social deverão ser prioridade para os chineses. Em reunião realizada no último sábado com representantes do governo, Liu alertou ainda para a import”ncia da participação em massa no trabalho e na construção de um comando de segurança e de um sistema operacional que cubra todas as sedes dos Jogos.

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