Sem Robinho, público “some” da Vila

A venda de Robinho não representou apenas a saída de mais um talento do futebol brasileiro. Quando o craque, hoje no Real Madrid, atuava pelo Santos, a média de público pelo Campeonato Brasileiro do clube paulista era uma. Sem ele, o número caiu consideravelmente. ?Isso é de fato uma realidade. Com o Robinho no time, o público era composto não só de torcedores santistas e sim de admiradores do bom futebol. Pelos números que temos, a audiência de nossos jogos também caiu desde que ele foi vendido?, diz Dagoberto dos Santos, gerente de planejamento, projetos e negócios do clube da Vila Belmiro. No Campeonato Brasileiro deste ano, a média santista em jogos em seu estádio é de 7,3 mil torcedores por partida, já computados os dados do confronto no último domingo contra o Vasco. A tendência, de acordo com o dirigente, é que o número suba até o fim da temporada. ?Historicamente o torcedor do Santos costuma aparecer mais na reta final. Existem muitos fatores que atrapalham a presença do público na Vila como baixo poder aquisitivo, horário das partidas e também o alto número de jogos em casa transmitidos ao vivo para São Paulo?, explica Dagoberto. O dirigente descarta culpar a fórmula de disputa pelo baixo público. Para ele, no atual formato, a competição acaba sendo mais atraente, pois sempre há algo sendo disputado, seja o título, uma vaga na Libertadores ou na Sul-Americana, e até mesmo a fuga do rebaixamento. A média histórica de público do Santos em todas as edições do Campeonato Brasileiro é de 14,2 mil por jogo. Quando o time da Vila foi campeão em 2002, ano que Robinho surgiu, esse número subiu para 16 mil por partida. No bicampeonato, em 2004, a marca foi de 12,8 mil. No entanto, Dagoberto entende que há a necessidade de criar mecanismos para manter os talentos nas equipes que revelam. Segundo o dirigente, cada vez mais os elencos são compostos por jogadores que antes seriam amadores. A saída de Robinho também contribuiu para a diminuição na receita do Santos. Em 2005, elas foram superiores a R$ 135 milhões, mas caíram para R$ 54,6 milhões em 2006. O superávit, que na época em que foi contabilizada a negociação do atacante chegou a surpreendentes R$ 63,1 milhões, se transformou em um déficit de R$ 21,8 mi no último relatório realizado pela Casual Auditores Independentes. Confira a média de público do Santos nos últimos Brasileiros. ANO ? MÉDIA ? POSIÇÃO NO TORNEIO 2002 ? 15.934 ? campeão 2003 ? 7.735 ? vice-campeão 2004 ? 12.870 ? campeão 2005 ? 9.611 ? 10º colocado 2006 ? 9.699 ? 4º colocado 2007 ? 7.304 ? 4º colocado (até a 28ª rodada)

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