O hotel Windsor, no Rio de Janeiro, abrigou a comitiva da Fifa durante três dias em que os dirigentes da entidade mundial e da CBF analisaram os projetos das cidades brasileiras que querem sediar a Copa do Mundo de 2014. A descrição pode parecer atual, mas se refere ao primeiro evento relacionado à competição, que aconteceu em agosto de 2007 e foi ?revisitado? nos últimos dias, no mesmo local e pelos mesmos personagens. O Seminário das Cidades Candidatas começou no último sábado, e pretendia avalizar o projeto das futuras sedes, que teriam a oportunidade de tirar suas últimas dúvidas sobre questões técnicas. O que se viu nos quatro dias, porém, foram apresentações sem novidades práticas, salvo raras exceções, e até retrocessos em alguns planos. No geral, a organização da Copa do Mundo continuou travada pelo fato de a CBF e a Fifa ainda não terem escolhido as cidades-sede do evento. Sem o aval, a maior parte das candidaturas se preocupa com o lobby e a projeção de obras suntuosas para garantir o evento. Este foi o caso das apresentações de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Garantidas como sedes e com poucas novidades sobre infra-estrutura para o Mundial, as três capitais se preocuparam com disputas como o jogo de abertura e a final e fizeram discursos baseados em dados consolidados, que não mudaram muito de um ano para cá. A grande novidade veio de Porto Alegre. Depois de apresentar o Beira-Rio como única opção de estádio em 2007, a capital do Rio Grande do Sul decidiu incluir o projeto da Arena Grêmio em sua apresentação. A candidatura ouviu da Fifa, porém, que terá de definir por um dos dois até meados de janeiro. Já as campanhas de Salvador, Natal, Recife/Olinda e Brasília mostraram ainda mais indefinição que há um ano, principalmente em relação aos estádios. O projeto da Arena Bahia, por exemplo, foi abortado por decisão do governador Jacques Wagner, que decidiu reformar a Fonte Nova, palco de um desastre que vitimou sete torcedores. Em Natal, a construção do estádio Estrela dos Reis Magos, que custaria R$ 600 milhões a um suposto parceiro português, também foi cancelado, mas desta vez para economia de verbas. O governo do Estado pretende gastar cerca de R$ 150 mi na reforma do Machadão. Já a candidatura conjunta de Recife e Olinda pode ser dizimada. O projeto inicial, que se baseava na contrução de uma arena na região limítrofe dos dois municípios, pode dar lugar a uma obra no centro ou na zona portuária, que seriam mais baratas. Brasília, sede do próximo jogo da seleção brasileira, não definiu o futuro do Mané Garrincha. Setores do governo chegaram a falar em implosão do estádio e construção de um outro, principalmente no caso de a cidade ser escolhida para sediar a abertura da competição. O Bezerrão, palco do confronto com Portugal, vira opção caso Belo Horizonte ou São Paulo vençam a corrida.
Seminário da CBF repete evento de 2007
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