Com uma dívida total estimada em R$ 227 milhões, o Atlético Mineiro passa por um momento de reestruturação. A grave situação financeira apresentada pelo presidente Ziza Valadares na última quarta-feira, porém, é encarada com tranqüilidade dentro do clube. A palavra crise foi riscada do dicionário da equipe de Belo Horizonte. O gerente de marketing atleticano, Álvaro Cotta, disse que o panorama desfavorável já era conhecido há muito tempo e só foi exposto para dar explicações aos torcedores e cumprir uma promessa feita pelo presidente Ziza Valadares de que sua gestão seria transparente. ?Alguns números são escondidos ou mascarados por outros dirigentes. Devido às cobranças, o momento era propício e o Ziza decidiu expor nossa situação, que já está sendo controlada. Não há crise?, afirmou Cotta à Máquina do Esporte. O caminho a ser percorrido, no entanto, é longo. O dirigente revelou que o time mineiro trabalha com um prazo mínimo de dois anos para conseguir amenizar a situação e que o departamento tenta buscar soluções, ainda que paliativas, para tirar a corda do pescoço dos atleticanos. ?Neste momento, nosso principal objetivo é fortalecer a marca do clube comercial e institucionamente. Queremos posicionar de forma efetiva nossa marca dentro do mercado?, destacou o dirigente, sem revelar se existe algum novo projeto em andamento. Em entrevista coletiva concedida na sede do time, Ziza Valadares expôs um quadro alarmante. O clube mineiro deve terminar o ano com um déficit aproximado de R$ 16,5 milhões. O Atlético ainda deve R$ 65 milhões ao ex-presidente Ricardo Guimarães, além de R$ 24 milhões em ações trabalhistas, R$ 14,6 milhões em empréstimos bancários e R$ 16 milhões ao grupo WRV Empreendimentos. Segundo o relatório apresentado pelo presidente, as despesas mensais giram em torno de R$ 4,5 milhões, incluindo R$ 1,5 milhão destinado ao pagamento de empréstimos. O déficit mensal é de R$ 2,4 milhões. Com o início da Timemania, em setembro, o clube terá de desembolsar ainda outros R$ 498,5 mil para pagar encargos sociais. “Vamos ter déficit e ainda entram os encargos da Timemania a partir de setembro e mais fortemente o salário da comissão técnica [R$ 400 mil mensais]. Mas não apostamos no escuro. Vamos começar a receber da venda dos jogadores”, disse Valadares, referindo-se às saídas de Diego, Lima e Paulo Henrique para clubes europeus.
Sob dívidas, Atlético-MG rejeita crise
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