A situação entre o Tibete e a China ainda causa divergências no mundo inteiro. Essa celeuma voltou a aparecer na última quarta-feira. Enquanto o presidente da França, Nicolas Sarkozy, confirmou presença na abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, o Parlamento Europeu anunciou que vai boicotar a cerimônia. Sarkozy atestou sua participação no evento, que acontece no dia 8 de agosto, em uma reunião com o presidente da China, Hu Jintao, em um encontro que acontece paralelamente à cúpula do G8, que está em ilha ao norte do Japão. Após violentas repressões às manifestações pró-Tibete em março, o presidente francês tinha deixado em aberto sua aparição na cerimônia de abertura, e chegou a pensar em boicote caso não houvesse progresso nas discussões sobre o assunto. Com a presença confirmada, é de se supor que o mandatário francês entenda que houve algum avanço no setor. Em contrapartida, o presidente do Parlamento Europeu, o alemão Hans-Gert Pöttering, afirmou que não comparecerá à abertura dos Jogos justamente por não ver progresso nos diálogos entre a China e Dalai Lama, líder espiritual do Tibete. Além de comandar o parlamento, a Alemanha está na presidência rotativa da União Européia. A justificativa de Pöttering foi que, em 10 de abril, o Parlamento aprovou uma resolução na qual pedia o boicote à cerimônia de abertura das Olimpíadas caso o diálogo entre chineses e tibetanos não fosse retomado. “Como as conversas não foram conclusivas até agora, decidimos não comparecer à abertura dos Jogos Olímpicos”, afirmou Pöttering, em nota oficial. Os dois líderes se juntam, então, ao grupo que já decidiu o que fazer a respeito da cerimônia. George W. Bush, presidente norte-americano, já confirmou sua presença em Pequim no dia 8 de agosto. Angela Merkel e Gordon Brown, primeiros-ministros de Alemanha e Inglaterra, respectivamente, anunciaram um boicote. O impasse entre chineses e tibetanos acontece há mais de 40 anos, desde que a China invadiu o Tibete. Vários setores da sociedade em todo o mundo são contrários à atitude do país que sediará os Jogos Olímpicos neste ano e, com a proximidade do evento, aumentaram o número de insatisfeitos com a situação.
Tibete faz líderes europeus divergirem
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