Após ter seu texto aprovado na C”mara, a Timemania será apreciada pelo Senado e, a expectativa, era que não houvesse qualquer alteração para o projeto seguir para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, se depender da pressão dos clubes, a iniciativa terá que voltar novamente às mãos dos deputados. O motivo é que o Clube dos 13 já começou nos bastidores a pressão para que dois pontos do projeto aprovado na C”mara sejam alterados pelos senadores. Um deles diz respeito à inclusão de débitos que ainda estão sendo julgados na Justiça. Pelo texto da Timemania, todos os seus participantes devem assumir as dívidas no Tribunal de Contas da União (TCU). ?A redação não está muito clara e cabe interpretações diversas. Alguns clubes, como o São Paulo, estão em desacordo com aquele dispositivo que inclui os débitos que ainda estão sub judice?, diz Fábio Koff, presidente do Clube dos 13. Responsável pela emenda que prevê a prestação de contas, por parte dos participantes da Timemania, de todos os recursos recebidos com a loteria ao TCU, o deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP) ?No fundo eles querem evitar tudo quanto é tipo de intervenção de órgãos de fiscalização do governo e legislativo. Querem se considerar entidades privadas para não permitir um maior acesso e transparência, mas quando precisam do dinheiro do governo se consideram de interesse público. É ma situação bem ambígua e muito conveniente para eles. Eu parto do princípio que o Estado tem que normatizar o esporte no país e, principalmente, quando investir tem que fiscalizar?, dispara Torres. Essa posição é corroborada por Marcelo Palaia, professor de marketing esportivo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e sócio diretor da Bravo Marketing Esportivo. ?O reflexo de uma boa administração é certamente uma boa saúde financeira. Essas administrações profissionais podem ser vistas na maioria dos times de futebol da Europa e nas Ligas de diversos esportes dos Estados Unidos, transformando o esporte no entretenimento número um do mundo?, explica Palaia. Além desse ponto, outro item contestado pelo C13 é referente à complementação das parcelas. No texto aprovado, os clubes que não conseguirem pagar o valor integral da parcela mensal da dívida ficam obrigados a quitar, até a data do vencimento desta prestação, uma quantia máxima de R$ 50 mil, sob pena de rescisão. O que restar do saldo será renegociado durante ou até mesmo após o fim do pagamento das parcelas. ?Eu entendo que isso poderia ter uma redação diferente. O período do limite da complementação da prestação de R$ 50 mil contando a partir do vencimento poderia ser de cinco meses. Mesmo assim, eu já vejo isso como uma conquista, apesar de os clubes pleitearem um prazo maior?, completa Koff. Apesar de ainda não confirmado, o relator da Timemania no Senado deve ser Aloísio Mercadante (PT-SP), nome que agrada ao C13. Com isso, aumentam as chances de que o projeto sofra as alterações de interesse dos clubes.
Timemania deve voltar à Câmara
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