No dia 18 de outubro, a União Européia apresentou o Tratado de Lisboa, com a intenção de ser assinado pelos líderes nacionais antes de terminar o ano, para criar uma Constituição única. Nele, o bloco econômico reconhece pela primeira vez que o esporte deve ter um tratamento diferente em relação às leis trabalhistas do continente. O recado foi rapidamente absorvido pelos dirigentes europeus, que abraçaram o discurso. Ruben Acosta, presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), foi o primeiro a se manifestar. A entidade que gere o vôlei mundial irá discutir, na reunião de seu comitê executivo, em abril, o limite de três jogadores estrangeiros por equipe nas competições entre clubes. O Campeonato Italiano é um dos que mais conta com atletas do exterior. Na competição feminina, há até oito estrangeiras em uma mesma agremiação – a média é de cinco. Entre os homens, esse número sobe para seis. “Nossa meta é proteger os jogadores jovens e precisamos promover os [atletas] locais, que irão representar seus países, para que tenham o direito de jogar desde cedo e não sejam bloqueados por atletas de outras federações”, afirmou o presidente da FIVB. Joseph Blatter, presidente da Fifa, não ficou atrás. No anúncio oficial do Brasil como sede da Copa de 2014, em Zurique, na Suíça, ele já havia dado uma alfinetada na quantidade de jogadores ?exportados? pelo país. “Se não pararmos com a evasão de jogadores, em 2018 só haverá jogadores brasileiros nas seleções do mundo inteiro. Por favor, mantenham a maior parte dos atletas no seu país”, disse o dirigente. Nesta semana, Blatter declarou que as seleções nacionais não podem deixar de existir em favor dos clubes e revelou que tem um projeto que obrigaria as equipes a escalar no mínimo seis atletas de seu país em cada partida. O presidente da entidade máxima do futebol chegou a citar o novo tratado para justificar as mudanças. “A Contistituição da União Européia não trata deste assunto [leis trabalhistas no esporte], mas eles vão mencionar isto quando mudarem as leis em dezembro”, assegurou.
Tratado europeu faz mudanças no esporte
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