Volta de Murdoch muda TV da Bundesliga

Uma guerra de egos e a interferência do Departamento Federal de Carteis da Alemanha foram fundamentais para o desfecho da disputa midiática sobre os direitos de transmissão das próximas temporadas da Bundesliga, o Campeonato Alemão. Depois de aprovar um acordo da Liga Alemã de Futebol (DFL) com a Leo Kirch, o órgão que combate o monopólio no país da Copa do Mundo de 2006 voltou atrás, e a entidade acabou fechando com a Premiere. O acordo, que vale 255 milhões de euros (R$ 747 mi) por ano até 2012, passando a 275 milhões de euros (R$ 805,75 mi) na última temporada (2012/13), pode ser explicado pelo histórico recente da imprensa alemã. Parceiros até 2002 na Premiere, Leo Kirch e Rupert Murdoch, dono da News Corp., romperam naquele ano porque o magnata australiano das comunicações resolveu abandonar a sociedade, forçando o ex-sócio a comprar suas ações. O resultado foi a falência do alemão, que voltou à tona neste ano com seu canal próprio na TV fechada e uma proposta de 500 milhões de euros anuais (R$ 1,4 bi) por todas as propriedades e a exclusividade na transmissão da Bundesliga. Essa proposta, porém, foi mal vista pelo Departamento de Cartéis da Alemanha, que entendeu o acordo como monopólio e exigiu que alguns lances e videoteipes dos jogos pudessem ser veiculados na rede aberta. Em um primeiro momento, a companhia de Leo Kirch chegou a fechar um acordo, mas logo voltou atrás em sua decisão. O canal, então, ganhou um concorrente de peso. Incitado pela presença de seu agora rival, Rupert Murdoch, que controla, entre outras redes, o grupo Fox, voltou à Alemanha adquirindo 25% das ações da Premiere, que acabou vencendo a disputa na TV fechada e na internet. Além desse contrato, a DFZ também deve lucrar com acertos referentes à TV pública e outras mídias alternativas, que devem gerar mais 608 milhões de euros (R$ 1,7 bi). Ao todo, a Bundesliga deve receber cerca de 412 milhões de euros por ano (R$ 1,2 bi), cerca de 7 milhões de euros (R$ 20,5 mi) a mais que o último contrato, que rendeu 405 milhões de euros por temporada (R$ 1,18 mi), mas abaixo da pedida de Leo Kirch (500 mi de euros).

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