Lançado em 2023, o Dream Tour chega, neste ano, à sua terceira temporada, cada vez mais consolidado entre os atletas e fãs de surfe.
Fruto de uma parceria da Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) com a Dream Factory, a competição representa a retomada do Circuito Brasileiro de Surfe, após um hiato de quase 11 anos.
“Essa paralisação no campeonato foi resultado de uma confederação menos engajada na realização de competições estruturadas. Com a chegada da atual diretoria, em 2022, é que as coisas mudaram de fato, com a construção de um plano de ação, visando a ativar o surfe em todas as categorias no Brasil”, explicou Luana Cloper, head de produto do Dream Tour, em entrevista à Máquina do Esporte.
Ela brincou que o primeiro ano do novo circuito (2023) foi o “do parto”, ao passo que a segunda temporada foi a “da criação”, visando a fazer a competição se consolidar e crescer.
“Nosso primeiro desafio era convencer a comunidade do surfe de que esse retorno do circuito seria algo consistente e relevante, e não apenas um movimento pontual. Mostrar que ali estava reunido um grupo que era especialista no assunto, disposto a valorizar os atletas, pagando a eles uma premiação maior e oferecendo uma estrutura acolhedora. Isso sem contar trazer a imprensa, garantindo cobertura ao evento”, disse a executiva.
A primeira temporada do Dream Tour contou com seis etapas (a deste ano terá quatro), que foram acomodadas em sete meses e meio úteis, ao longo do ano.
“A ideia era percorrer o litoral brasileiro, não apenas desafiando as diferentes condições existentes em cada local, mas dando visibilidade às diversas regiões do país”, afirmou Luana.
Evolução na transmissão
Segundo Luana, o ano de 2023 foi de reconhecimento de campo e de aprendizado.
“Tiramos boas impressões para trazer novidades”, ressaltou.
A maior delas, sem dúvida, foi a evolução nas transmissões em tempo real das competições.
“Elas passaram a ter um nível muito elevado. Além de serem acessíveis em termos técnicos, elas têm um nível estético muito bom, com direito a voos de drones, telas gráficas e animações”, disse.
Os organizadores do Dream Tour perceberam a importância de investir em transmissão ao vivo e na cobertura pelas redes sociais. Hoje, todos os eventos do circuito de elite e da Taça Brasil (divisão de acesso) são transmitidos pelo canal CBSurfPlay, no YouTube.
Já as finais das etapas são transmitidas ao vivo pelo Sportv, canal esportivo por assinatura do Grupo Globo, utilizando sinal gerado pela produtora da CBSurf.
“Sportv e Globo costumam elogiar muito a qualidade do nosso conteúdo”, enfatizou Luana.
De acordo com ela, as transmissões têm buscado inovar na linguagem, como na entrada ao vivo em que o veterano do surfe Ricardo Bocão entrevistou o campeão de uma das etapas do Dream Tour dentro da água.
“Além de ser uma atração para o grande público, a comunidade do esporte se vê na transmissão, que é feita de surfista para surfista”, afirmou.
Em 2024, o Dream Tour impactou uma audiência total de 75 milhões de pessoas. O retorno de mídia, via imprensa, foi estimado em R$ 16,6 milhões no período.
Os conteúdos da competição ainda alcançaram 33 milhões de visualizações nas redes sociais. Já as transmissões atingiram 3,5 milhões de espectadores.
Engajar o público e gerar novos ídolos do surfe
Na avaliação da executiva, o objetivo dos organizadores do Dream Tour é dar consistência e aprimorar as iniciativas lançadas em 2024.
“Precisamos engajar cada vez mais o público e avançar no compromisso de fazer dos nossos atletas ídolos do surfe brasileiro”, explicou.
Engajar as marcas e as comunidades dos locais onde são realizadas as etapas, em torno de ações socioambientais, é outra prioridade dos organizadores do Dream Tour.
“O planeta está urrando por proteção e cuidado”, disse Luana.
A gestão de resíduos é uma das iniciativas adotadas pela competição. As lonas, por exemplo, são direcionadas para reciclagem ou reaproveitamento pelos moradores locais.
“Houve o caso de uma entidade de apoio às mulheres que utilizou essa matéria-prima para fabricar bolsas e necessaires. Ou então de uma comunidade pesqueira que utilizou as lonas em suas estruturas”, lembrou.
Moradores também são chamados para ter protagonismo nos eventos, por meio de iniciativas como o Dream Tour nas Comunidades, que reúne times mistos formados por surfistas de elite e atletas locais.
Os mutirões de limpeza das praias representam outra ação que busca reforçar a identidade da competição com as populações das cidades que sediam o evento.
“Isso cria um vínculo que não se apaga mais”, disse Luana.
No ano passado, o Dream Tour teve como patrocinadores principais a Prio (apresentação), Instituto Aegea, Corona e Gerdau.
A temporada 2025 do Circuito terá início com a etapa de Pernambuco, entre os dias 13 e 19 de maio. O encerramento será de 4 a 10 novembro, no Rio de Janeiro.