CBV diz que foi punida por cumprir estatuto e que terá dificuldade em gerir modalidade

Wallace em quadra durante a final da Superliga Masculina - Agência i7 / Sada Cruzeiro

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) emitiu uma nota lamentando ter sido punida após a liberação do oposto Wallace para atuar na final da Superliga Masculina. E que, caso tenha verbas cortadas do patrocínio do Banco do Brasil (BB) ou repasses do Ministério do Esporte (Mesp), poderá ter que paralisar as atividades do Centro de Treinamento de Saquarema (RJ) e ficará sem condição de pagar salários de treinadores e membros de comissões técnicas.

A entidade afirmou que “cumpriu todas as decisões impostas pelos órgãos controladores. A entidade e seu vice-presidente Radamés Lattari são alvos de punições por cumprirem estatutos, normas e as leis vigentes”.

A CBV também destacou que “não compactua com a postagem feita pelo atleta Wallace, nem com qualquer outro ato de incitação à violência, conforme manifestado desde o início”.

O jogador postou, em um story de sua conta no Instagram em fevereiro, uma enquete sobre um possível atentado a bala contra o Presidente da República. Apesar de apagar a postagem horas depois, o estrago já havia sido feito. A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) e à CBV que houvesse punição ao atleta.

Imbróglio

O  Conselho de Ética do COB (Cecob) suspendeu o atleta por 90 dias. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei liberou Wallace para jogar a final da Superliga. A decisão foi ratificada pelo Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA).

Wallace atuou na final, o que levou o Cecob a impor uma pena ainda mais rígida de cinco anos de suspensão. Além disso, a CBV teve seu vínculo com o COB suspenso por seis meses, e o presidente interino Radamés Lattari levou um ano de punição.

O COB sinalizou, nesta segunda-feira (8), que fará a gestão das verbas destinadas à CBV para o pagamento das despesas das seleções brasileiras de base e adultas, em torneios como pré-olímpico e etapas do Circuito Mundial de vôlei de praia, que são classificatórias para os Jogos de Paris 2024.

No entanto, a CBV alegou que há outras despesas do dia a dia, que não são abarcadas pelo comitê olímpico.

“É importante ressaltar que muitas ações da CBV na preparação das equipes de quadra e praia para as competições são as chamadas ‘atividades meio’. Isso inclui o funcionamento do Centro de Treinamento de Saquarema, o pagamento de salário de treinadores, integrantes de comissões técnicas e colaboradores, ações sociais e a realização de competições”, afirmou a entidade.

De acordo com a confederação, “um eventual custeio de ‘atividades fim’ é importante, mas não é determinante para o desenvolvimento e a manutenção de toda a estrutura do voleibol de quadra e praia do Brasil”.

Apesar de considerar injusta a punição e apontar que ela poderá inviabilizar as atividades do vôlei brasileiro, a CBV ainda não decidiu se recorrerá da decisão. Segundo a Máquina do Esporte apurou, não é consenso na entidade quais serão os próximos passos a serem adotados.

Nota oficial

Veja abaixo a íntegra da nota divulgada pela CBV:

1 – A CBV reafirma que não compactua com a postagem feita pelo atleta Wallace, nem com qualquer outro ato de incitação à violência, conforme manifestado desde o início.

2 – A CBV cumpriu todas as decisões impostas pelos órgãos controladores. A entidade e seu vice-presidente Radamés Lattari são alvos de punições por cumprirem estatutos, normas e as leis vigentes.

3 – A CBV nunca se negou a negociar com todos os envolvidos. Porém, qualquer solução precisa respeitar as competências constitucionais da justiça desportiva e os limites de atuação das entidades envolvidas.

4 – É importante ressaltar que muitas ações da CBV na preparação das equipes de quadra e praia para as competições são as chamadas “atividades meio”. Isso inclui o funcionamento do Centro de Treinamento de Saquarema, o pagamento de salário de treinadores, integrantes de comissões técnicas e  colaboradores; ações sociais, e a realização de competições. Ou seja, um eventual custeio de “atividades fim” é importante, mas não é determinante para o desenvolvimento e a manutenção de toda estrutura do voleibol de quadra e praia do Brasil.

5 – A CBV agradece o empenho do Ministério do Esporte na tentativa de encontrar uma solução consensual.

6 – O voleibol brasileiro atingiu seus atuais níveis de excelência e se tornou uma potência mundial com um trabalho conjunto e complementar da CBV, de seus parceiros e do Comitê Olímpico do Brasil. Destacamos que faremos todos os esforços para que assim continue.

Sair da versão mobile