O pedido público de desculpas feito pelo jogador de vôlei Wallace, da seleção brasileira e do Sada Cruzeiro, não foi suficiente para comover os dirigentes do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB). A entidade decidiu suspender o atleta, até que seja concluído o processo disciplinar que apura sua conduta.
Na última segunda-feira (30), Wallace postou nos stories do Instagram uma enquete, sugerindo o assassinato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pergunta da enquete era: “Daria um tiro na cara do Lula com essa 12?”.
Na postagem, Wallace escreveu “Alguém faria isso”, seguido do emoji de um anjo sorridente. Abaixo, colocou uma enquete com as alternativas “sim” e “não”. Ao todo, 54% dos internautas que responderam optaram pela alternativa “sim”.
Derrocada
Ao perceber a péssima repercussão da publicação, o jogador resolveu apagá-la. Mas já era tarde. Prints circularam pelas redes sociais e chegaram ao conhecimento das autoridades. A punição imposta pelo COB é mais um capítulo da derrocada do atleta, que foi campeão nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, com a seleção brasileira de vôlei.
Com a suspensão cautelar, Wallace está impedido de participar de qualquer competição organizada pelo COB ou pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Ele também não poderá atuar pela seleção. Vale lembrar que seu clube, o Sada Cruzeiro, já havia decidido afastá-lo por tempo indeterminado. Esse tipo de punição relacionada a uma postagem de discurso de ódio por um atleta é inédita no Brasil.
“Sugerir, perguntar, incitar o uso de armas e, pior, a detonação no rosto da autoridade máxima do país, por nenhuma razão e sob nenhum critério, não se amolda ao comportamento esperado, exigido e aguardado de um campeão olímpico”, afirmou o desembargador Ney Bello, membro do Conselho de Ética do COB, em sua decisão sobre o caso.
Pedido de desculpa
Wallace terá cinco dias para apresentar sua defesa no caso. Após as repercussões negativas, ele chegou a postar em suas redes um pedido de desculpas, que foi parte das exigências feitas pelo Sada Cruzeiro na esteira de toda a polêmica.
“Foi um post infeliz que acabei fazendo. Errei. Estou aqui pedindo desculpas porque, quando você erra, não tem jeito, você tem que assumir o erro e se desculpar. Jamais tive a intenção de incitar violência, ódio. Não é da minha pessoa. Foi isso o que o esporte me ensinou. E não é isso o que quero passar para ninguém. Tá bom? Um abraço”, afirmou o atleta em sua retratação, que acabou não convencendo as autoridades.