Às vésperas da regulamentação das apostas esportivas no Brasil e, não por coincidência, do período de eleições municipais, o cerco à festança do bonde sem freio das bets parece, finalmente, estar se fechando.
As recentes declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, mostram que teremos momentos de maior controle do governo e diria até de uma certa pressão para que o jogo seja menos visível a qualquer um do país.
Ao mesmo tempo em que as apostas começam a ficar mais reguladas, a tendência natural é de que haverá uma redução no investimento a ser feito pelas empresas do segmento em patrocínio e publicidade. Os custos aumentarão, mas principalmente o que haverá é uma gestão cada vez mais compromissada com compliance e risco.
E aí, o que fazer?
Enquanto a porta das apostas fica um pouco mais estreita (o que não significa o fechamento das torneiras), o futebol feminino vai abrindo a porteira para quem quiser entrar.
Depois do primeiro salto trazido ainda na Copa do Mundo de 2019, a primeira com transmissão da Globo, temos mais um degrau alcançado com a prata em Paris 2024. E, agora, vem o trampolim da Copa do Mundo de 2027 dentro de casa.
Quem ainda não investe em futebol feminino que se prepare. Para quem trabalha no esporte, era só olhar lá fora para perceber que as mulheres eram a bola da vez. Já tem quase oito anos que o investimento das marcas esportivas está focado no universo feminino. A mídia passou a dar cada vez mais bola para o esporte. E, agora, são as marcas não endêmicas que entraram nesse universo, impulsionadas por recordes de público a cada ano nos jogos.
Nesta semana, o Barcelona apresentou seus números fiscais. Neles, mostrou que o futebol feminino já é a segunda maior linha de receita entre os esportes do clube. Passou o fortíssimo basquete masculino.
Esse é mais um sintoma de que, se você quiser apostar em uma estratégia diferente, é preciso olhar para o futebol feminino.
Se não houver argumentos confiáveis para olhar para esse mercado, prenda-se à estatística.
O esporte mais popular do mundo sempre foi proibido para a maioria da população mundial. Agora, está liberado e, mais do que isso, é incentivado a ser praticado pelas duas maiores entidades do assunto: Fifa e Uefa.
Em cerca de 30 meses, o Brasil será palco de mais uma Copa do Mundo. O boom das apostas já passou. Quer apostar onde entrará dinheiro a partir de agora?
É bom olhar para o futebol feminino…
Erich Beting é fundador e CEO da Máquina do Esporte, além de consultor, professor e palestrante sobre marketing esportivo