A Portuguesa aprovou, em sua assembleia de sócios, a constituição de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e sua negociação para um consórcio de investidores formado por Tauá Partners, XP Investimentos e Revee. Pelo acordo, esse grupo ficará com 80% das ações da Portuguesa SAF, enquanto o clube associado permanecerá com 20%.
Na votação, realizada nesta terça-feira (26), 158 sócios (86%) votaram a favor, enquanto 26 foram contrários (14%). Segundo a Máquina do Esporte apurou, os investidores estão correndo no momento para que a assinatura do contrato seja feita até quinta-feira (28) para oficializar o negócio.
“Este momento marca um passo importante na trajetória da Portuguesa, reforçando o compromisso com a busca por um futuro sustentável e competitivo para o clube”, afirmou a Lusa, em um comunicado oficial.
Era o aval que faltava para a SAF, cujos trabalhos de planejamento para 2025 já haviam sido iniciados após a aprovação, no último dia 14 de novembro, da mudança estatutária pelo Conselho Deliberativo.
Planejamento
De acordo com os investidores, haverá um aporte de R$ 1 bilhão na Portuguesa. Desse montante, R$ 500 milhões irão para a remodelação do Estádio do Canindé, em uma iniciativa que será tocada pela Revee e que tem previsão de três anos de obras.
Outros R$ 270 milhões irão para o futebol. O restante será utilizado na quitação de dívidas. O clube tem, no momento, cerca de R$ 550 milhões em dívidas, entre trabalhista, tributária e cível. A maioria, porém, é de médio e longo prazo. Os executivos da SAF pretendem reduzir os valores com renegociações de débito.
“Tem o Profut, tem um monte de programa que a gente pode se adequar. O resto é negociação. É sentar com os credores. Tem dívida lá de mais de 20 anos”, contou Alex Bourgeois, sócio da Tauá Futebol, braço da Tauá Partners que fará a gestão da nova SAF.
Para 2025, a Portuguesa já terá R$ 30 milhões de investimento para a disputa do Campeonato Paulista, da Copa do Brasil e da Série D do Campeonato Brasileiro. Esse montante, porém, não será destinado apenas à contratação de jogadores.
“É óbvio que uma grande parte será no futebol, mas tem outras coisas que a gente precisa arcar pela SAF”, afirmou o executivo, em entrevista recente à Máquina do Esporte.
Em campo
A meta em relação ao Paulistão é avançar à segunda fase. A Portuguesa, porém, pegou uma chave bastante difícil, com dois times da Série A do Brasileirão (Santos, que acabou de garantir o retorno, e Red Bull Bragantino, que, é verdade, corre risco de rebaixamento) e outro da Série B, que acabou de cair para a C (Guarani).
A principal meta, porém, é conseguir o acesso à Série C. O planejamento dos investidores é conseguir levar a Portuguesa de volta à Série A no máximo até 2029.
“Seremos o maior investimento em todas as divisões que disputarmos até a Série B, quando eventualmente iremos ficar atrás de algum time grande que tenha caído naquele ano”, afirmou Bourgeois.
A Portuguesa tem até contado com a sorte nessa nova fase. A efetivação da vaga na Copa do Brasil em 2025 foi conquistada graças ao São Paulo, que garantiu lugar na terceira etapa do torneio via Campeonato Brasileiro.
“Já é bem melhor em termos de potencial de receita”, destacou Bourgeois.