A temporada de 2023 no marketing digital ficará marcada pela retomada da força das redes sociais. Após ondas de demissões que cortaram dezenas de milhares de vagas ao redor do planeta e da pausa nos lançamentos de grandes inovações, o ano apresentou inúmeras novidades, consolidou formatos de consumo e apresentou métricas espetaculares.
Quem mais apresentou novidades positivas em 2023 foi a Meta. Em um movimento que engajou muito rápido, a plataforma lançou os canais no Instagram e no WhatsApp. Em ambas as plataformas, o sucesso foi praticamente instantâneo. No entanto, o acerto foi ainda maior no WhatsApp, já que a ferramenta finalmente conseguiu conectar produtores de conteúdo (creators) ao grande público. Em pouco mais de quatro meses após o lançamento global, alguns canais já somam milhões de seguidores, como o do Real Madrid (30 milhões), da Conmebol Libertadores (5 milhões) e do Flamengo (4 milhões).
Para o Instagram, a Meta também lançou recentemente o Live Producer. Com isso, a rede social passou a poder realizar uma transmissão ao vivo usando um software de streaming, como OBS e Streamlabs, entre outros, e uma chave de stream. A integração passa a permitir recursos fora da câmera do smartphone, como câmeras, microfones externos e gráficos. Ou seja, produções muito mais profissionais, como a transmissão de jogos. Alguns players, como Goat e Cazé TV, já utilizam a ferramenta para exibir os seus campeonatos.
Ainda na Meta, o lançamento do Threads também marcou 2023. A plataforma foi ao ar sem muitas funcionalidades, mas já recebeu atualizações e adequações que faziam falta, tais como versão web, citar postagens na versão web, suporte para hashtag, uso de palavra-chave, edição gratuita de um thread até cinco minutos depois de postá-lo e publicações em áudio, entre outras. O sucesso do Threads é um dos grandes objetivos da Meta para 2024 e, sem dúvida, a empresa não medirá esforços para lançar mais novidades e atrair o público.
O X, antigo Twitter, talvez tenha sido a rede social que apresentou mais novidades, mas nem todas positivas. Além da mudança de nome, a plataforma passou a adotar uma política de cobrança para verificar contas com menos de 1 milhão de seguidores, o que tirou a credibilidade do selo, e outras medidas fora do padrão das demais redes sociais desde que se popularizaram, como dar atendimento preferencial apenas a quem paga pela verificação, entre outras. As inovações resultaram em perda de audiência. Entre a compra do Twitter por Elon Musk e setembro de 2023, a plataforma perdeu 20 milhões de usuários do aplicativo, segundo a Apptopia.
O TikTok também foi outro player de destaque em 2023. A plataforma fechou parcerias muito interessantes na indústria esportiva e realizou grandes coberturas em alguns dos principais eventos da temporada, como a Copa do Mundo Feminina da Fifa e os Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. Consolidou-se definitivamente como referência e é buscada pelos principais organizadores de eventos para parcerias estratégicas e de conteúdo.
Por fim, na gigantesca movimentação de direitos de transmissão que revoluciona o mercado brasileiro, o YouTube apareceu com imenso destaque. A plataforma solidificou-se como nova fonte de consumo dos torcedores brasileiros. Com jogos gratuitos, o Goat (canal que também surgiu no 2º semestre do ano) e a Cazé TV, por exemplo, explodiram o número de inscritos e bateram recordes seguidos de audiência. É a consolidação de um modelo que, muito provavelmente, deve reduzir a força e o número das OTTs pagas.
2024 vem aí. E, com ele, certamente novas funcionalidades e tendências de consumo de conteúdo. Da forma como encerram 2023, não há dúvida de que as grandes plataformas apresentarão muitas novidades e ganharão ainda mais força.
Um excelente 2024 a todos!
André Stepan é diretor de marketing do canal Goat, desenvolvedor de negócios da Horizm no Brasil e escreve mensalmente na Máquina do Esporte