Queira você ou não, sou capaz de apostar que você já ouviu o hit “Segovinha han han han” ou então “Caiu no tapetinho, já era!”.
Os hits que embalam a campanha do Botafogo no Brasileirão 2023 são apenas a ponta do iceberg de diversas iniciativas que o clube realiza para fazer do Estádio Nilton Santos um local para a família, o entretenimento e a diversão.
“Ah, Bernardo, mas lotar estádio com o time em primeiro é fácil. Quero ver lá embaixo.”
Pois é, mas aí eu pergunto: quantos clubes já lideraram o Brasileirão nos últimos anos e não fizeram nem um terço da festa e do entretenimento que o Botafogo tem proporcionado ao torcedor?
Trabalho diretamente com futebol há 13 anos e nunca tinha visto um estádio virar um baile funk da forma que vi no último jogo contra o Internacional. Isso só foi possível porque o clube investiu na melhoria do sistema de som, que em alguns momentos do jogo fica sob o comando da apresentadora Fernanda Maia, superidentificada com a torcida. Nesse vídeo abaixo, você pode ver a festa que ela faz ao gritar “Tiquinho” e os torcedores explodirem com “Soares”.
Outro ponto que vale destacar são os investimentos em pirotecnia que o clube tem realizado todos os jogos, fumaça nas cores do clube, canhão de fogo ao redor do campo e, em algumas partidas, até chuva de serpentina.
Isso só foi possível porque o Botafogo, agora como Sociedade Anônima do Futebol (SAF), enxerga o futebol como produto e não mais apenas como esporte. Sem o poder de investimento que possui atualmente, essas iniciativas jamais sairiam do papel. Eu sou prova viva disso, não no Botafogo, mas por onde passei. Sempre tentei maximizar a experiência do torcedor com fogos e canhão de CO2 quando o time entrava em campo e fazia gol. Mas logo essas linhas de “custo” (na verdade, é investimento) eram cortadas pelo financeiro, para maximizar a renda do jogo.
Voltando à Estrela Solitária, o clube ainda disponibiliza brinquedos infláveis em todos os setores do estádio para as crianças se divertirem, além de ativações de foto 360º e foto na moldura da partida.
No pré-jogo, a mascote recém-lançada Bira é um show à parte. Com música própria, ela entra em campo no momento do aquecimento dos atletas e dispara algumas camisas em direção à arquibancada. Além disso, lançou novos quiosques da Botafogo Store e inaugurou a Fire Burguer, a hamburgueria temática do clube.
Sem falar no gramado que o clube colocou no Nilton Santos que de fato deixa um tapete bonito de se ver, seja ao vivo ou até na televisão. Afinal, ninguém quer ver uma partida em que o campo está cheio de buracos e com falhas ao longo dele.
São diversas iniciativas que certamente melhoram a experiência do torcedor no Nilton Santos. Tenho convicção de que o que o clube tem proporcionado ao torcedor fortalece a relação, aumenta a frequência e, consequentemente, impulsiona maiores receitas com bilheteria e com alimentos e bebidas (A&B), além de potencializar a chance de se trabalhar com casa cheia até mesmo em um cenário menos favorável na tabela em anos futuros.
Todo profissional do mercado esportivo deveria assistir à aula que o Botafogo tem nos dado nas rodadas em que joga como mandante. E não estou falando de Tiquinho, Tchê Tchê, Adryelson, Lucas Perri e companhia, mas sim de Thairo Arruda, Julio Gracco, Rafael Ganem, Paula Young, Gabriel Assis e muitos outros.
Bernardo Pontes, executivo de marketing com passagens por clubes como Fluminense, Vasco, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo, é sócio da Alob Sports, agência de marketing esportivo especializada em intermediação e ativação no esporte, que conecta atletas e personalidades esportivas a marcas, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte