Chegou a hora dos clubes brasileiros finalmente internacionalizarem o conteúdo

Atacante holandês Memphis Depay em ação pelo Corinthians na Copa Sul-Americana - Rodrigo Coca / Corinthians

A chegada de Memphis Depay ao Corinthians neste mês me faz voltar a uma pauta que trouxe aos leitores da Máquina do Esporte em 2021 (se a memória não estiver falhando). À ocasião, o Brasil vivia a contratação quase em massa de jogadores de outros países da América do Sul – ainda segue vivendo –, e chamei a atenção para a ação quase nula dos clubes em estabelecer comunicação em outros idiomas para alcançar os fãs do exterior.

Passados alguns anos, o número de estrangeiros que desembarcam para jogar no futebol brasileiro não para de crescer. E a variedade de países representados aumentou consideravelmente nos últimos meses: Holanda, com Memphis Depay (Corinthians); França, com Yannick Bolasie (Criciúma) e Dimitri Payet (Vasco); Dinamarca, com Martin Braithwaite (Grêmio); Irlanda do Norte, com Jamal Lewis (São Paulo); e Espanha, com Héctor Hernández (Corinthians), entre outras nacionalidades.

Além da quantidade, jogadores de qualidade, com passagens recentes pelas seleções de seus países, estão nos gramados brasileiros. Ou seja, são atletas que seguramente geram interesse dos fãs de suas nações. Para essa conta, ainda temos que somar personagens enormes que fizeram muito sucesso no futebol europeu, conquistando inúmeros títulos, e que retornaram ao Brasil, como Marcelo e Thiago Silva, ambos do Fluminense.

Infelizmente, a capacidade dos clubes em estabelecer comunicação em outros idiomas segue praticamente nula. Mas com a chegada de europeus, além de todos os sul-americanos que já atuam por aqui, é hora de virar a chave e se aproximar de um público gigante em potencial.

Por meio de conteúdo digital, é extremamente fácil e possível chegar a esse público. E não basta apenas traduzir o que já é produzido pelos clubes, mas sim gerar material exclusivo e com linguagem – e não apenas idioma – apropriados, afinal, a comunicação requer interpretação e pode ser feita de maneiras muito diferentes, de acordo com a cultura de cada país.

O movimento requer algum investimento, mas esse valor gasto é muito pequeno perto do potencial de força da internacionalização de marca, da soma de novos fãs, da ampliação da base e, finalmente, da geração de receitas. A verdade é que já passou da hora, mas agora, mais do que nunca, é preciso virar a chave e alcançar fãs fora do Brasil.

André Stepan é diretor de marketing do canal Goat, desenvolvedor de negócios da Horizm no Brasil e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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