O esporte é uma atividade que nos oferece a oportunidade de conhecer, presencialmente ou a distância, diferentes culturas, povos, cidades, mercados, hábitos de consumo e, principalmente, pessoas. Desde 2015, tenho o orgulho de fazer parte do sistema da Liga Nacional de Basquete (LNB), uma entidade fundada pelos clubes em 2008 e referência de gestão no esporte nacional.
Ao longo desses anos, visitei várias comunidades em que times ou “franquias” do NBB estão localizadas. Foram mais de 15 cidades distribuídas em oito estados e o Distrito Federal. Na temporada atual, além das capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Brasília), o NBB também estará presente em Campina Grande (PB), Franca, Bauru, São José dos Campos e Rio Claro (SP), Pato Branco (PR), Caxias do Sul e Santa Cruz do Sul (RS).
As minhas viagens pelo Brasil têm evidenciado o enorme potencial do país. Diversos municípios com qualidade de vida, infraestrutura e serviços invejáveis. Infelizmente, há pouca divulgação dessas comunidades. Por isso, o esporte no país está sendo (e/ou pode ser) uma ferramenta importante para a promoção dessas cidades e, consequentemente, da grandeza do nosso país.
Apesar da concentração da minha experiência no basquete, vejo que o mesmo movimento ocorre com a Superliga de Vôlei, com a Liga Nacional de Futsal, com a Liga de Basquete Feminino e outras diversas modalidades por meio dos seus eventos.
É impressionante como o basquete projetou nacionalmente cidades como Franca (SP) e Bauru (SP), enquanto o futsal fez o mesmo com Carlos Barbosa (RS), e o vôlei com Osasco (SP) e Uberlândia (MG), para citar apenas alguns casos.
O esporte de alto rendimento é também um fator de desenvolvimento social, econômico e educacional para essas comunidades. As minhas conversas com poderes públicos e privados costumam ressaltar os benefícios do esporte como elemento impulsionador de investimentos, negócios e serviços, mas também como indutor social do bem-estar e da autoestima da população.
Uma equipe profissional de basquete, vôlei ou futsal demandará de qualquer cidade uma infraestrutura adequada para treinamentos e jogos. São quadras e ginásios para os times e os torcedores, estradas e aeroporto para logística das equipes, além de hospitais, hotéis, restaurantes e outros serviços.
O esporte especializado é uma ótima ferramenta para cidades, empresas e comunidades se promoverem nacionalmente, atraírem investimentos e turistas, melhorarem a qualidade de vida da população, despertarem atenção da mídia e movimentarem a economia local por meio dos eventos. Mas todo esse potencial deve ser administrado de forma adequada para garantir os resultados em curto, médio e longo prazo.
Nos últimos anos, a profissionalização da gestão esportiva no Brasil está permitindo que iniciativas de projetos esportivos de alto rendimento tenham maior sustentabilidade. Hoje, times do NBB, da Superliga e da Liga Futsal já possuem uma média superior a sete anos de existência. Esse resultado é uma sinalização da atuação conjunta dos gestores esportivos com os agentes empresariais, a população e o poder público daquela determinada cidade.
Ainda há um amplo caminho para evolução e transformação dos times em marcas sólidas e lucrativas, mas percebe-se um entendimento claro dos agentes quanto aos seus papéis nesse processo. Essa conscientização é importante para o esporte especializado exercer seu potencial de promotor do desenvolvimento socioeconômico do país.
Nos últimos sete anos, estou descobrindo um país que eu não conhecia e do qual tenho me orgulhado cada vez mais. Cidades surpreendentes, com realizações incríveis e pessoas maravilhosas. O nosso Brasil é um gigante com potencial de ser ainda maior, e o esporte pode dar uma contribuição importante nesse desenvolvimento.
Alvaro Cotta é diretor de marketing da Liga Nacional de Basquete (LNB) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte