Pela primeira vez em 131 anos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) será presidido por uma mulher. E, mais do que isso, por uma africana.
Kirsty Coventry, ex-nadadora olímpica do Zimbábue e líder ativa no movimento esportivo mundial, foi eleita presidente da entidade em um momento crucial para o esporte global. Sua vitória é simbólica, mas também profundamente estratégica.
Como já dizia Ruth Bader Ginsburg, e sempre gosto de lembrar: “As mulheres devem estar em todos os lugares onde as decisões estão sendo tomadas”. Agora, o mais alto cargo do esporte mundial passa a ser um desses lugares.
Kirsty traz consigo não apenas a legitimidade de quem competiu em alto nível e conquistou medalhas olímpicas, mas também uma visão moderna de gestão. Ao longo de sua trajetória como dirigente, defendeu com firmeza causas urgentes como:
• Paridade de gênero nas delegações olímpicas;
• Saúde mental dos atletas;
• Sustentabilidade nos Jogos;
• Fortalecimento do esporte em regiões sub-representadas;
• Transparência e descentralização nas decisões do COI.
A eleição da sul-africana representa um sopro de renovação em uma estrutura que, por décadas, esteve afastada de uma gestão mais diversa e conectada com as transformações da sociedade.
Diversidade não é sobre preencher espaços; é sobre agregar diferentes opiniões para construir novos caminhos. E essa mudança começa no topo.
Em um mundo cada vez mais complexo e polarizado, lideranças com escuta ativa, empatia e coragem para transformar não são apenas bem-vindas. São indispensáveis.
O esporte é, e sempre será, uma plataforma de valores. Valores como inclusão, igualdade, respeito e superação.
E é essencial que a liderança das instituições que moldam o futuro esportivo global esteja verdadeiramente alinhada com esses princípios.
A chegada de Kirsty Coventry à presidência do COI também deve servir como inspiração para todas as meninas que sonham com mais do que um pódio. Que elas sonhem cada vez mais com espaço, com voz, com poder de decisão.
Assim como serve de lembrete para todos nós de que diversidade na liderança não é uma pauta de nicho. É uma estratégia global.
Quando o esporte avança com mais representatividade, o mundo inteiro se movimenta junto.
Liana Bazanela é cofundadora da Hoc Sports