Já estamos no final do primeiro mês do ano, mas ainda dá tempo de desejar a todos um Feliz 2022! E será um ano agitado mesmo, já com novidades desde o início.
Como antecipei na coluna do mês passado, temos mudanças nas transmissões de alguns dos principais campeonatos estaduais do país, que agora estão distribuídos pelas mais diversas plataformas, como mostro a seguir:
- Paulista – Record, YouTube, HBO Max, Premiere
- Carioca – Record, pay-per-view nas principais operadoras, parceria com streamers e podcasts (Casimiro, Ronaldo TV, Gaules e Flow Sport Club) e OneFootball
- Mineiro, Gaúcho e Pernambucano – Grupo Globo
- Catarinense e Paranaense – NSports e OneFootball
Estamos vivendo um novo momento, em que teremos conteúdo espalhado por diversas plataformas, mas, ao mesmo tempo, as plataformas pagas ainda buscarão uma certa exclusividade para garantir que a audiência que está buscando um determinado produto assine o seu serviço, e não o do concorrente. A boa disputa pelo “share of pocket” continua, e o melhor conteúdo sempre vence.
Não é à toa que a Disney acabou de renovar os direitos da Premier League no Brasil e na América do Sul, com total exclusividade para suas plataformas (leia-se ESPN e Star+). É uma forma de garantir que os fãs da maior liga de futebol do mundo se mantenham como fiéis assinantes, sem precisar procurar conteúdo do futebol inglês em outros serviços.
Em 2013 e 2014, ainda quando não vivíamos esse boom do streaming e a qualidade de banda era mais limitada do que é atualmente, o BandSports tinha os direitos exclusivos de Roland-Garros para o Brasil, e nós pudemos fazer uma primeira experiência multitela para um Grand Slam. Eram dois canais na TV por assinatura e mais dois canais abertos no site do canal para que o fã pudesse escolher o que assistir.
À época, nem todas as quadras tinham produção para TV, e tivemos até que improvisar para conseguir transmitir jogos dos brasileiros, quando estes jogavam em quadras “sem TV”. De lá para cá, muita coisa mudou, e para melhor. A possibilidade de entrega de conteúdo no digital continua crescendo, e a tecnologia vem ajudando nesse processo na questão de acessos simultâneos, qualidade de banda, qualidade de vídeo, etc.
Não há mais as limitações de uma grade linear que só suporta 24h de conteúdo, pois no streaming o espaço é ilimitado. Com isso, a ESPN, por exemplo, vem promovendo o Star+ durante as transmissões do Australian Open dizendo que, nos canais ESPN, o assinante assiste ao evento, mas para uma experiência mais completa, em que ele pode assistir a todas as quadras, ele tem que assinar a plataforma de streaming. Lá, o fã “hardcore“ tem a experiência de escolher exatamente o jogo que quiser assistir, no toque da tela do seu celular, tablet ou controle remoto.
Além dos estaduais, uma outra novidade é o novo investimento da Viacom, dona da Nickelodeon, MTV e Paramount+ em direitos esportivos. Nos Estados Unidos, os investimentos já vinham ocorrendo há algum tempo. É no Paramount+, por exemplo, que estão os jogos do Campeonato Brasileiro por lá. Mas, em um movimento de expansão do esporte para outros territórios a empresa comprou os direitos exclusivos da Premier League para o México e a América Central, deixando marcas mais tradicionais do esporte na região (Fox, Sky e ESPN) para trás.
Amazon com Copa do Brasil aqui e Viacom com Premier League no México são duas novidades interessantes para o mercado. Acredito que este tenha sido apenas o primeiro passo de ambos em direção ao esporte. Agora é aguardar para ver os próximos passos e próximas disputas pelos direitos dos principais eventos esportivos.
A briga vai esquentar!
Evandro Figueira é vice-presidente da IMG Media no Brasil e escreve mensalmente na Máquina do Esporte