Economicamente, o mercado do futebol e seus torcedores proporcionam uma oportunidade importante de renda a clubes e suas regiões, estimulando os setores de alimentação, turismo, hotelaria, estruturas e gerando empregos.
O futebol vive principalmente de quatro fontes de receita: patrocínio, transmissão, venda de jogadores e o “match day”. Esse último, em especial, ainda é uma receita muito pouco explorada no Brasil.
O “match day” é baseado nas receitas vindas da venda de ingressos, alimentos e bebidas, produtos do clube (licenciados) e hospitalidade, itens que são adquiridos diretamente pelos torcedores e associados nos dias de jogos.
Mas fica a pergunta: seu clube está sabendo rentabilizar com o “match day”?
Esse é um tema bastante importante, principalmente para os clubes menores, que, diferentemente dos clubes maiores, os quais usam sua exposição massiva para fechar grandes negócios comerciais, precisam dos valores ganhos com o dia do jogo.
Segundo o especialista em finanças do futebol, Kieran Maguire, “os clubes têm custos fixos altos e precisam pensar em maneiras de reduzir. As atividades nos dias de jogos são essenciais para isso. A relação entre futebol e torcedor é algo que não pode passar despercebido. Se você pensar bem, o jogo não existiria se as pessoas não gostassem de ir às partidas. A paixão entre pessoas e seus clubes não existiria”, diz ele.
Os dirigentes precisam dar uma importância maior à experiência do seu cliente ao ir a campo, como torcedor e consumidor. Uma sugestão é contratar profissionais ou empresas especializadas no assunto.
Romulo Macedo, profissional de operações de estádios, especialista em “fan engagement” e também colunista da Máquina do Esporte, sempre repete que “a experiência do torcedor começa quando ele sai de casa, e termina quando ele volta para seu o lar, passando pelo estádio”.
Disponibilizar mobilidade, segurança, informação e conforto são itens obrigatórios para garantir que o torcedor tenha a disposição de voltar a frequentar os estádios. Principalmente em um período em que competimos com as multiplataformas digitais, que cada vez mais oferecem o conforto e as informações que a maioria dos estádios do Brasil não se importam em ofertar.
O torcedor tem direito a experiências seguras, divertidas e interativas no estádio. Ele é quem sustenta o futebol. Ele é quem paga a conta.
Kleber Borges é presidente da Associação Latino-Americana dos Gestores de Instalações Desportivas (ALAGID) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte