A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) conseguiu reduzir sua dívida tributária para R$ 6 milhões e terá 12 anos para pagá-la. Com isso, a entidade espera voltar a receber diretamente recursos da Lei Piva, que destina parte da arrecadação das Loterias Caixa para o esporte olímpico e paralímpico.
Outro projeto da entidade é ser beneficiária da Lei de Incentivo ao Esporte, que destina parte do Imposto de Renda devido de pessoas físicas e jurídicas para projetos aprovados pela Secretaria Especial do Esporte, órgão do Ministério da Cidadania.
“Acabamos de renegociar a dívida tributária. Nós abaixamos o valor de R$ 12 milhões para R$ 6 milhões para serem pagos em 144 parcelas, ou 12 anos. Com isso, resolvemos o problema da certidão tributária e viabilizamos o fluxo de caixa da confederação”, explicou Carlos Fontenelle, secretário geral da CBB, em entrevista à Máquina do Esporte durante a disputa da Copa América Masculina de Basquete.
A situação ainda não está totalmente resolvida. A confederação ainda necessita obter as certidões negativas necessárias para que possa voltar a receber dinheiro público.
“O COB [Comitê Olímpico do Brasil] é nosso maior parceiro. Ele executa tudo. O comitê tem um funcionário, que é pago com o nosso dinheiro só para cuidar das nossas coisas. Estamos completando as certidões. Vamos voltar a receber dinheiro para que a gente administre”, contou Fontenelle.
“Todas [as certidões] do estado do Rio de Janeiro, onde é a nossa sede, já foram tiradas. Está tudo certinho. No governo federal, estamos finalizando alguma coisa de prestações de contas de 2011, 2012 e 2013 na Secretaria Especial do Esporte para resolver. Estamos chegando lá. Devemos resolver até o final do ano”, acrescentou o dirigente.
Dívida impagável
Quando foi eleito presidente da CBB em 2017, Guy Peixoto, o atual mandatário, contratou a BDO para fazer uma auditoria interna com o intuito de saber o valor real da dívida da confederação. Foi constatado, então, que o endividamento era de quase R$ 46 milhões, bem acima dos R$ 17 milhões que a administração anterior, do ex-presidente Carlos Nunes, havia divulgado. Parecia um valor impagável.
“Fizemos renegociação de valores. Alguns postulantes desistiram da cobrança. Até porque alguns valores eram indevidos. Foram feitas negociações fortes, e conseguimos, em três anos, baixar para menos de R$ 20 milhões”, comentou Fontenelle.
A CBB chegou a ter ameaça de penhora da sua então sede no centro do Rio de Janeiro. Hoje, a entidade funciona no Riocentro (zona oeste), mas obtém recursos com o aluguel da antiga sede.
A grande conquista foi o anúncio, no final de agosto, do patrocínio do site de apostas esportivas Galera.bet, que assinou contrato de nove anos com a entidade. O acordo vai até 2031, além do mandato de Guy Peixoto, que deixará obrigatoriamente o cargo em 2025, quando completará dois mandatos.
“Vou passar uma CBB enxuta, com patrocínio de mais seis anos e verba para continuar trabalhando. E esse patrocínio é o primeiro de mais dois que devem chegar daqui a mais um ano”, revelou o dirigente, sem citar os nomes das empresas.
Outra conquista recente foi sediar a Copa América Masculina de Basquete após 38 anos. O evento, que está sendo disputado no Recife (PE), chega ao fim neste domingo (11), com a final entre Brasil e Argentina. Na semifinal, no sábado (10), a seleção brasileira bateu o Canadá por 86 a 76. Já os argentinos derrotaram os norte-americanos por 82 a 73. Os Estados Unidos foram representados por um time alternativo, sem os astros da NBA.
*O jornalista viajou a convite da Copa América