Flamengo pode jogar Brasileiro de Basquete da CBB e afirma que NBB não banca despesas dos clubes

Flamengo enfrenta o Bauru pelas quartas de final do NBB 2022/2023 - Fernando Vieira Sá / Bauru

O Flamengo deve ser o primeiro grande clube a confirmar participação na disputa do Campeonato Brasileiro organizado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

O torneio, que será produzido e comercializado pela Dream Factory, espera contar com até 10 clubes e será concorrente direto do Novo Basquete Brasil (NBB), organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB).

“O Flamengo é muito grato por tudo o que a liga fez nestes 15 anos. Mas entendemos que o negócio do basquete ficou estagnado. O Flamengo pagou o ar que respirou em todas as competições que disputou”, afirmou Guilherme Kroll, vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo, em entrevista à Máquina do Esporte.

“O NBB tem que começar a contemplar os clubes com seus ativos financeiros. Os clubes têm que virar sócios de verdade porque esse é o conceito de liga: todo lucro ser compartilhado com os clubes. O NBB possui estrutura própria, sede, funcionários, e tudo o que aferiu era para pagar suas próprias contas”, acrescentou o dirigente.

Segundo Kroll, houve até algumas multas que o clube recebeu que entendeu serem injustas, mas que pagou porque entendeu que tinha que obedecer ao regulamento acordado. Por outro lado, a Dream Factory está oferecendo vantagens financeiras atraentes ao time rubro-negro para a disputa da competição da CBB.

“A Dream Factory garante um contrato de dez anos e irá bancar despesas de viagens, hotel, alimentação, todas as taxas de arbitragem, produção dos jogos e mais um investimento financeiro em que todos os clubes serão contemplados”, contou Kroll.

“Ainda tem alguns ativos publicitários que estão sendo negociados com o nosso [departamento de] marketing, como placas de publicidade e espaços estratégicos na quadra de jogo”, completou o dirigente.

Calendário

Kroll, porém, ainda não cravou a adesão ao torneio da CBB. Segundo ele, a decisão virá em nível de diretoria, com participação do presidente do clube, Rodolfo Landim, do vice-presidente jurídico, Rodrigo Dunshee, e do vice-presidente de comunicação e marketing, Gustavo Oliveira.

O certo é que o Flamengo, se confirmar participação no Brasileirão da CBB, conciliará com os jogos do NBB, competição que joga desde a primeira edição, em 2008, e é o maior campeão, com sete títulos.

“Se jogarmos duas partidas do NBB e uma da CBB por semana, não é algo absurdo na cultura do basquete”, afirmou Kroll.

Outro lado

Procurada para comentar as declarações de Kroll de que não fornece dinheiro aos clubes, a LNB respondeu que banca diversas despesas e que os times é que decidem como investir a verba arrecadada com patrocínios e venda de direitos de transmissão. Leia a seguir a íntegra da nota oficial enviada pela LNB:  

Desde o primeiro NBB a Liga Nacional de Basquete sempre custeou despesas relativas à competição ou mesmo dos Clubes. Despesas com a logística dos árbitros (transporte, hospedagem e alimentação) sempre foram suportadas pela LNB. Hoje o custo de transmissão dos jogos, que é muito alto, também é inteiramente suportado pela instituição. Além destes exemplos há uma série de custos relativos à gestão dos campeonatos, serviços oferecidos aos Clubes como tecnologia, comunicação e operação dos jogos que também demandam um alto investimento e que não resultam em qualquer aporte das equipes.

Não obstante a operação do NBB e demais competições e eventos, a Liga sempre transferiu recursos aos seus associados, fossem através do pagamento das taxas de arbitragem em algumas temporadas, custeio de passagens aéreas através de convênio com o Comitê Brasileiro de Clubes ou pagamento de despesas dos Clubes inerentes à competição. Naturalmente que essa situação sofreu um revés com a pandemia, mas agora, inclusive com a adesão de novos patrocinadores, conseguiremos voltar ao nível de atendimento anterior a 2020.

O mais importante, no entanto, é que qualquer decisão de investimento dentro da LNB é de responsabilidade dos próprios Clubes que sempre decidiram os rumos da entidade. As decisões em coletividade são uma marca da associação que decide pelo voto da maioria, respeitando as opiniões adversas de realidades tão díspares, mas encontrando a sua unidade.

Neste sentido, vale destacar que o presidente Rodrigo Franco Montoro criou um Comitê de Orçamento que tem, entre outros objetivos, discutir benefícios aos clubes, em especial a desoneração de despesas relativas ao NBB.  Este comitê é formado por clubes de diferentes realidades, tais como Caxias, Bauru, São José e Flamengo, além do vice-presidente da Liga, Carlos Donzelli, que é de Franca, e do vice-presidente Financeiro e ex-presidente da LNB, Delano Franco.

Procuradas para comentar sobre a programação do Campeonato Brasileiro, nem a CBB nem a Dream Factory se pronunciaram.

Sair da versão mobile