Donald Trump, presidente dos EUA, criou uma força-tarefa para supervisionar os preparativos para a Copa do Mundo 2026, que será disputada no país, além de Canadá e México.
Trump será o presidente da força-tarefa, que também terá a participação de JD Vance, vice-presidente do país. Haverá ainda um diretor-executivo a ser nomeado para gerenciar as operações no dia a dia.
A comissão também cuidará da Copa do Mundo de Clubes, que terá a participação de 32 clubes. O evento servirá como um teste para instalações que poderão ser utilizadas no Mundial de seleções, no ano que vem.
A iniciativa acontece em meio a uma guerra de tarifas comerciais impostas aos países vizinhos e coorganizadores.
“A tensão é uma coisa boa. Isso torna tudo muito mais emocionante”, afirmou Trump.
Tensões
EUA, Canadá e México participarão das finais da Liga das Nações da Concacaf, que começa nesta segunda-feira (10) e irá até o dia 20. Os três países também disputam a Copa Ouro, antes de dividirem a organização da próxima Copa do Mundo.
A tensão nos EUA em relação aos vizinhos é palpável. Agentes locais têm expulsado imigrantes hispânicos, independentemente de terem documentação ou não. O temor de deportação fez com que imigrantes mexicanos e de países da América Central lançassem um aplicativo alertando pessoas sobre os locais em que os agentes de imigração estão operando.
Ao norte da fronteira, as declarações de Trump de tornar o Canadá o 51º estado dos EUA geraram fúria entre os canadenses.
Aliado
A política externa de Trump, impulsionada pelo aumento de tarifas, tem isolado os EUA na esfera geopolítica. O presidente norte-americano, porém, aproximou-se, na esfera da sociedade civil, com ao menos um mandatário, justamente Gianni Infantino, presidente da Fifa.
Infantino estava no Salão Oval da Casa Branca quando Trump assinou a ordem de estabelecer a força-tarefa para a Copa do Mundo. O presidente da Fifa mostrou ao político o troféu da Copa do Mundo de Clubes, elaborado pela Tiffany por recomendação do genro de Trump, Jared Kushner.
Infantino afirmou que a Copa do Mundo terá um impacto econômico de US$ 40 bilhões. No entanto, não apresentou nenhum estudo detalhado para corroborar essa afirmação.
Um folheto informativo da Casa Branca detalhou que “as cidades-sede da Copa do Mundo de 2026 podem esperar ver até 450 mil visitantes e um potencial impacto econômico líquido de até US$ 480 milhões. Os setores de turismo, hospitalidade e varejo se beneficiarão do aumento de visitantes nacionais e internacionais”.
Infantino também disse que “milhões” de pessoas entrarão nos EUA para o torneio. A maioria das partidas acontecerá nas 11 cidades-sede norte-americanas. O MetLife Stadium, em Nova Jersey, será sede da final.
No entanto, há uma preocupação crescente de que o endurecimento das políticas anti-imigração possa levar torcedores com ingresso para a Copa do Mundo a terem os vistos recusados.
Alheia a isso, a Casa Branca exaltou a Copa do Mundo 2026 nos EUA: “Acontecendo durante o 250º aniversário do nosso país, representa uma oportunidade de mostrar o orgulho e a hospitalidade da nação, ao mesmo tempo em que promove o crescimento econômico e o turismo por meio do esporte”.
Premiação
Na semana passada, a Fifa anunciou um prêmio de US$ 1 bilhão para a Copa do Mundo de Clubes, que tem tido dificuldade em capturar interesse de público e patrocinadores. A Fifa tem feito um esforço para a comercialização dos ingressos, seja barateando-os, seja mantendo um link para a venda das entradas na capa de seu site oficial.
O DAZN adquiriu os direitos de transmissão de duas edições por US$ 1 bilhão. Ao mesmo tempo, a Surj, filial do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), deu um aporte de US$ 1 bilhão ao DAZN, que acumulou contínuos prejuízos nos últimos anos.
O DAZN não teria tido condição de fazer uma oferta bilionária por esses direitos se não tivesse atraído capital saudita recentemente. Até o momento, há pouco interesse na Europa entre os principais parceiros de transmissão da Fifa.